Desde 1891, com a primeira constituição republicana, o país vive a expectativa de uma democracia preconizadora do bem-estar da coletividade. Contudo, no Brasil, a persistência das dificuldades impostas à formação educacional [1] do surdos vai de encontro a esse anseio, uma vez que restringe e desqualifica a vida de muitos. Nesse contexto, urge o combate a essa realidade, o qual deve confrontar o mau uso dos bens públicos e a falta de diálogo.
Decerto, [2] o conturbado histórico de crescimento das cidades corrobora o problema. Em consonância, na obra “A Urbanização Brasileira”, o geógrafo Milton Santos referencia que essa expansão ocorreu, primordialmente, sob interesses corporativistas devoradores do patrimônio coletivo. Sendo assim, muitas escolas deixaram de receber recursos importantes para o pleno desenvolvimento de uma educação inclusiva e universal. Nesse viés, cabe apontar que a falta de tecnologias assistivas de de professores capacitados no ensino de Libras são reflexos, diretos ou indiretos, dessa conjuntura de negligência que dificulta a formação educacional dos brasileiros com essa deficiência.
Ademais, um outro agravante é a ausência de um debate amplo sobre o tema, envolvendo os diversos setores sociais. De fato, parafraseando o sociólogo Jurgen Habermas, a incapacidade de usar uma “razão comunicativa” impede a superação de muitas mazelas. Logo, a falta de um debate esclarecedor sobre a surdez condiciona uma visão limitante de soluções, perpetuando a problemática e fortalecendo os preconceitos. Muitos acreditam, por exemplo, na incapacidade generalizada dos que possuem essa deficiência. Nitidamente, um indício da existência de um preconceito que agrava a questão e demanda ser superado, principalmente por dificultar o acesso dos surdos à educação e à cidadania.
Fica clara, portanto, a necessidade de enfrentar essa situação. Por isso, a União precisa priorizar e viabilizar a educação para os surdos, por meio da aplicação correta dos recursos públicos, liberando verbas e incentivos fiscais para a capacitação de professores de Libras e a instalação de equipamentos assistivos. [3] Concomitantemente, as escolas, aliadas à sociedade organizada, devem instigar o debate sobre o tema, mediante programas pedagógicos, cartilhas e produções culturais que desnaturalizem os preconceitos e valorizem a equidade e [4] a a alteridade. Dessa forma, os indivíduos e o diálogo serão fortalecidos e a formação educacional dos surdos facilitada.
COMPETÊNCIA I – DEMONSTRAR DOMÍNIO DA NORMA CULTA:
O texto apresenta um bom domínio da norma culta.
[1] O correto é “dos surdos”.
[4] Repetição do artigo “a”.
COMPETÊNCIA II – COMPREENDER A PROPOSTA:
O estudante apresenta um excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo e desenvolve o tema por meio de um repertório sociocultural produtivo.
COMPETÊNCIA III – SELECIONAR E RELACIONAR ARGUMENTOS:
Há informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma organizada e consistente.
[2] Fato bem contextualizado ao texto!
Há configuração de autoria em defesa do ponto de vista.
COMPETÊNCIA IV – CONHECER OS MECANISMOS LINGUÍSTICOS PARA A CONSTRUÇÃO DA ARGUMENTAÇÃO:
O estudante demonstra um diversificado repertório de conectivos!
[3] Bom conectivo!
COMPETÊNCIA V – ELABORAR A PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA:
A proposta foi muito bem elaborada, detalhada e articulada à discussão desenvolvida no texto.
Nota: 960
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