De acordo com Aristóteles, deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade. Esse pensamento considera que já que as diferenças existem E devem ser tratadas como tais, com a finalidade de integrar a sociedade. Diante disso, surge a problemática da formação educacional de surdos no Brasil, que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela permanência da discriminação como intenso fato social, seja pela ausência de uma cultura totalmente inclusiva.
É preciso destacar, antes de tudo, a discriminação como impulsionadora do déficit de ações educativas voltadas aos jovens com surdez. Conforme o princípio da coercitividade defendido pelo sociólogo Émile Durkheim, o meio social determina as condutas do indivíduo. Dessa forma, ao se deparar com alguém que a sociedade considera diferente, a maioria das pessoas tende a ignorá-lo [1] por conta da vivência em grupo. Assim, o pensamento de exclusão dos surdos é transmitido de geração a geração, evidenciando-se no descaso com os direitos dessa população. Esse desprezo manifesta-se tanto na carência de recursos de tecnologia assistiva, quanto na exclusão desse grupo no mercado de trabalho, revelando uma sociedade que se declara civilizada, mas ainda perpetua atitudes que provocam retrocesso.
Além dessa visão segregacionista, é notável a inexistência de uma educação totalmente inclusiva no cenário brasileiro. Embora a Língua Brasileira de Sinais tenha sido reconhecida como segunda língua oficial do país, ainda há muito a ser feito no que diz respeito à inclusão. Exemplo disso é a falta de [2] material no sistema Braille, a ausência de professores capacitados e a ainda precária adoção [3] das libras no ambiente escolar, o que compromete significativamente a autonomia do indivíduo no processo pedagógico, bem como sua inserção social, agravando, assim, o problema no país.
Torna-se evidente, portanto, que a formação educacional deficitária dos surdos é fruto da discriminação e da ausência de uma educação inclusiva. A fim de atenuar o problema, o Ministério da Educação deve promover o [4]treinamento de docentes para o atendimento aos alunos surdos, bem como investir na compra de mais materiais adaptados, visando promover a inserção efetiva no processo de ensino. Além disso, cabe à mídia incentivar a tolerância por meio de ficções que incluam personagens surdos, com a finalidade de minimizar a discriminação desse grupo, pois, só assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, regido pela equidade vislumbrada por Aristóteles.
COMPETÊNCIA I – DEMONSTRAR DOMÍNIO DA NORMA CULTA:
[3] O correto é “da Libras”
A estudante apresenta excelente domínio da norma culta!
COMPETÊNCIA II – COMPREENDER A PROPOSTA:
Houve boa compreensão da proposta e apresentação do ponto de vista de forma eficiente na introdução.
COMPETÊNCIA III – SELECIONAR E RELACIONAR ARGUMENTOS:
Introduziu o texto com uma citação bem pertinente ao tema.
[1] Ou por conta da não vivência em grupo, por falta de oportunidade de expressão.
[2] Este é um problema enfrentado pelos cegos.
COMPETÊNCIA IV – CONHECER OS MECANISMOS LINGUÍSTICOS PARA A CONSTRUÇÃO DA ARGUMENTAÇÃO:
A estudante utiliza bons conectivos e organiza muito bem o seu texto.
Texto organizado e coeso.
COMPETÊNCIA V – ELABORAR A PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA:
[4] Como? Seja mais completo.
Nota: 920
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