Hoje vamos falar a respeito das figuras de linguagem. O melhor jeito de entender as figuras de linguagem é por meio dos exemplos.
1) Metáfora e Comparação
A metáfora é uma comparação sem o elemento comparativo. Por outro lado, a comparação possui elemento comparativo. Ex:
O meu cachorro é um coelho (metáfora)
O meu cachorro é como um coelho (comparação)
Retomando: veja que, ao usarmos um elemento comparativo (no exemplo foi "como") estaremos fazendo uma comparação. Caso não usarmos um elemento comparativo estaremos fazendo uma metáfora.
2) Metonímia
Juvenal lê Paulo Coelho
Juvenal está sem teto.
Juvenal comeu uma caixa de chocolates
Observe que Juvenal não pega o Paulo Coelho em pessoa e o "lê", mas sim, Juvenal lê os livros de Paulo Coelho. Veja que Juvenal não está "sem telhado", mas sim, está sem casa. Observe que o Juvenal não come a caixa, mas sim, os chocolates que estão contidos nela. Esses modos de dizer caracterizam a "metonímia".
3) Prosopopeia ou Personificação
Trata-se de atribuir características humanas a outros tipos de seres e de objetos
O sol nasceu sorrindo
A lua chorou
O cachorro assustou o outro, gritando: "surpresa!"
O sol não sorri. A lua não chora. Cachorro não fala. Afinal, essas ações são feitas pelos humanos. Portanto, são prosopopeias.
4) Eufemismo
É um modo de dizer mais "suave". Por exemplo: ao invés de falarmos "Fulano morreu", nós dizemos "Fulano não está mais entre nós". Outro exemplo: "Joaquim Barbosa condenou membros PT por desviarem verbas públicas no governo Lula". Dizer "desviarem verbas" é muito mais suave e leve do que dizer "roubarem", o que foi que, de fato, realmente aconteceu. Portanto, se trata de um eufemismo.
5) Hipérbole
Trata-se de um exagero. Por exemplo: "chorei rios por você", "esperei séculos por você", "já falei milhares de vezes", "fui voando para o escritório porque eu estava bem atrasado".
6) Antítese
Ideias contrárias. Exemplo: "A guerra pode gerar paz". Existe uma antítese entre "guerra" e "paz", pois esses termos são opostos.
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7) Pleonasmo
É uma espécie de redundância, ou seja: repetição de termos ou de ideias desnecessárias. Por exemplo: "vi com meus próprios olhos", "sonhei um sonho", "cantei uma canção".
Essas foram as principais figuras de linguagem. Existem outras um pouco mais esquisitas:
* Anacoluto: quando falta coerência entre o início e o fim da frase. Ex: "um leão e um rinoceronte estavam dirigindo um veículo e, para isso, o homem pode perceber como o tempo é curto".
* Zeugma: é a supressão de uma determinada palavra que já foi usada antes sem prejudicar o entendimento da mensagem transmitida. Ex: "Eu prefiro chocolate branco; ela, preto". Veja que no trecho "chocolate branco; ela, preto" fica subentendido "chocolate branco e ela prefere o chocolate preto". Portanto, foram retiradas as palavras "prefere" e "chocolate" para evitar a repetição. Porém, mesmo com essa retirada, o leitor pode compreender perfeitamente o sentido. Observe que foi usado o ponto-e-vírgula para indicar esse zeugma.
* Elipse: é a mesma coisa que o zeugma com uma única diferença: as palavras não foram usadas antes. No exemplo do "zeugma", houve a retirada de "prefere" e de "chocolate" para evitar a repetição. Na elipse a palavra omitida não é usada, porém é facilmente identificada. Exemplo: "Na mesa, dois copos e dois pratos". Observe que podemos entender que "na mesa,havia dois copos e dois pratos".
* Hipérbato: trata-se da inversão na ordem natural da oração (sujeito +verbo + complemento). Exemplo: o trecho "caiu Juvenal da bicicleta" é um hipérbato (uma inversão) de "Juvenal caiu da bicicleta".
* Silepse: não é uma figura de linguagem muito usual. É mais literária. Se trata em alterar a concordância das palavras, concordando com a ideia transmitida e não necessariamente com a palavra expressa. Ao invés de dizer, por exemplo, "o pessoal se desequilibrou e caiu na vala", nós podemos dizer "o pessoal se desequilibrou e caímos na vala", alterando, assim, a concordância correta, como se eu estivesse me incluindo na queda.
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