Como se sabe, os vestibulares, concursos e outros processos seletivos exigem dos candidatos um bom domínio da norma culta da Língua Portuguesa. Esse domínio pode ser cobrado por meio de questões objetivas, dissertativas ou redações e ao desrespeito às regras da norma culta denominamos ‘desvios’ ou ‘vícios de linguagem’, os quais podem se dar no nível da pronúncia/sonoridade, da grafia, da semântica ou da sintaxe.
Escritores podem lançar mão desses desvios intencionalmente. É o que chamamos de licença poética, mas aos alunos ‘espertinhos’ deixamos claro que para usar intencionalmente um ‘erro’ é preciso conhecer muito bem a norma e deixar evidente que ali há uma crítica, uma ironia, ou o gatilho para um efeito humorístico. É o que ocorre na música “Inútil”, do grupo Ultraje A Rigor:
Há, na canção, um solecismo de concordância, mas intencional, para evidenciar a falta de autonomia, de competência na realização de tarefas e processos importantes.
Um dos desvios que corrijo com frequência nas redações é o uso equivocado do termo ‘independente’ pelo ‘independentemente’ – um barbarismo de morfologia, causado, provavelmente, pela hipercorreção (é a correção daquilo que já estava correto, pelo fato de o correto não ‘soar bem’ aos ouvidos do produtor do texto). Independente é adjetivo, independentemente é advérbio (=de modo independente), então deveremos dizer que “O acidente ocorreu independentemente da habilidade do motorista.” Ocorre um eco nesse advérbio que não parece adequado, daí algumas pessoas suprimirem o sufixo.
Vejamos outros exemplos de vícios a serem evitados nos textos:
Para descontrair, veja algumas frases coloquiais ‘tingidas’ com as cores do preciosismo:
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18 de junho de 2017
VÍCIOS DE LINGUAGEM
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