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23 de outubro de 2017

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - UM DILEMA

Existem algumas dicas que podem ajudá-lo no aperfeiçoamento da sua habilidade de interpretação textual. Vamos abordar algumas delas a seguir.
→ Leitura prévia
A leitura prévia deve ser feita antes do contato com o texto propriamente dito. Muitas vezes, ao iniciarmos a leitura de um texto, desprezamos alguns aspectos importantes que já podem informar-nos bastante sobre os possíveis conteúdos que serão tratados no texto, como:
A apresentação: a capa de um livro, quando bem elaborada, diz muito sobre a obra, mas a máxima “não julgue o livro pela capa” também é importante, uma vez que ela sozinha não é capaz de dizer-nos muito sobre o assunto. No entanto, frequentemente, escolhemos nossa leitura pelo efeito que a capa, o título, a imagem e marcas tipográficas causam em nós, não é mesmo? Por isso, observar esses detalhes, antes mesmo da leitura do texto, é importante, pois referem-se a recursos linguísticos capazes de ativar nossos conhecimentos prévios e conhecimento de mundo, necessários para a interpretação do texto em si.
Gênero textual: a observação do gênero textual permite-nos identificar possíveis objetivos do autor, ou seja, se estivermos diante do gênero receita, a intenção do autor será a de ensinar como preparar determinado tipo de alimento; se o gênero for um artigo, a intenção será a apresentação de um estudo e reflexões do autor sobre um assunto.
Data: esse dado é muito importante, pois nos remete ao contexto histórico do momento da escrita do texto. Aqui, somos instigados a acessar nossa memória sobre fatos, pessoas e períodos que podem ter influenciado o pensamento do autor enquanto criava o texto.
- O autor: saber quem é o autor dá-nos a oportunidade de relacionar a leitura atual com outras de sua autoria que possamos já ter tido contato e, assim, inferir quais possíveis temáticas serão abordadas.
Meio de comunicação: esse recurso permite identificar que tipo de público acessa esse texto e quais posicionamentos políticos, sociais, culturais, econômicos, religiosos, etc. são veiculados por esse meio de comunicação.
→ Leitura seletiva
Trata-se de uma leitura mais específica que tem como objetivo identificar o tema do texto de forma geral. Para a realização desse tipo de leitura, o leitor precisa ter seus objetivos já especificados, ou seja, precisa ter claro qual é o objetivo da escolha do texto a ser lido. Dessa forma, por meio da leitura seletiva, o leitor poderá comprovar se o texto possui ou não as informações de que ele necessita para atingir seus objetivos.
→ Leitura analítica
Nesse momento, o leitor tem a oportunidade de analisar o texto minunciosamente, pois essa fase da leitura permite que ele organize as ideias, encontre palavras-chaves, faça esquemas, resumos e encontre informações que são relevantes para o entendimento do que está escrito. Dessa forma, é importante seguir alguns passos:
1 – Leia o texto todo para ter uma percepção geral do tema;
2 – Identifique as ideias centrais e palavras-chaves de cada parágrafo;
3 – Esquematize o texto e elabore uma síntese dele;
4 – Organize as suas próprias ideias em relação ao tema, esquematizando-as e resumindo-as. Esse recurso possui características individuais as quais se relacionam aos conhecimentos prévios que cada leitor possui sobre o assunto;
5 – Relacione as ideias importantes do texto com seus conhecimentos sobre o assunto;
6 – Elabore hipóteses que possam explicar os argumentos, fatos e outros dados presentes no texto.
Veja que a leitura analítica permite um diálogo entre os conhecimentos propostos pelo autor e os conhecimentos do próprio leitor, o que possibilita também um aprofundamento das interpretações textuais. Aqui, já é possível inferir sobre os sentidos que o texto carrega, utilizando-se de pistas presentes nele. Essas inferências deverão ser comprovadas ou não mais tarde, durante o processo interpretativo.
→ Leitura interpretativa
De posse de seus conhecimentos e dos conhecimentos apresentados explicitamente no texto, é hora de ler nas entrelinhas. Para isso, é preciso identificar informações que vão além dos limites da escrita, ou seja, é preciso identificar os pressupostosas ideias subentendidas (mas que sejam conhecidas pelo leitor) e as relações intertextuais, isto é, as relações estabelecidas com outros textos.
Diante dessas fases da leitura, é notório que o contato com o texto, tendo como objetivo a sua interpretação, requer do leitor uma participação intelectual ativa, a qual exige também práticas constantes que possam conter diferentes gêneros textuais, de diferentes autores, sobre diferentes assuntos e com diferentes reflexões, possibilitando-o uma visão mais questionadora acerca do objeto de estudo.
Bons estudos e boas interpretações!

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