INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
  • O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  • O texto definitivo deve ser feito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  • A redação que apresenta cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer uma das situações expressas a seguir, a redação que:
  • Tiver até 7(sete) linhas, sendo considerada “texto insuficiente”.
  • Fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
  • Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
  • Apresenta parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
Texto 1
[…] A prática de esportes não é apenas um símbolo de cuidado com a saúde. Os esportes têm sido, cada vez mais, uma ferramenta de integração e inclusão social. Nos últimos anos é expressivo o aumento de alunos e de projetos esportivos destinados aos jovens das classes populares, financiados ou não por instituições governamentais e privadas. Durante a prática esportiva, crianças e jovens aprendem muito mais que as técnicas que envolvem o esporte. Aprende-se a ter respeito pelas regras e pelos outros jogadores, agregam-se o entendimento, o convívio com o coletivo, a resoluções de conflitos, o esforço e responsabilidade.
Nesse contexto, vale ressaltar que o esporte, quando aliado à educação, é uma poderosa ferramenta da proteção social e resgate de crianças e jovens em situação de risco, pois, quando não estiverem na escola, diminuindo o ócio e evitando o risco de estarem nas ruas, convivendo e aprendendo “o que não devem”. Um grande exemplo desse tipo de ação social é o Instituto Ayrton Senna (IAS), que, através do Programa Educação pelo Esporte, já atendeu mais de 80 mil crianças e jovens de baixa renda no Brasil.
Entretanto, é preciso entender o esporte, acima de tudo, como um instrumento pedagógico capaz de agregar valor à educação, ao desenvolvimento das individualidades, à formação pessoal para a cidadania e à orientação para a prática social.
Texto 2
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Texto 3
Em 2016, o “país do futebol” recebe seu segundo megaevento esportivo em dois anos, os Jogos Olímpicos. Interesse pela prática de esportes não é difícil encontrar no brasileiro e talvez por isso o esporte apareça em inúmeros programas de inclusão social, em um país que ocupa a 75ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com a Organização, a desigualdade social é um dos elementos que mais pesa na classificação brasileira. Sair do senso comum sobre os benefícios do esporte e avaliar a efetividade desses programas têm sido objeto de estudos de acadêmicos que alertam para a supervalorização do esporte como sendo uma atividade capaz de resolver todos os problemas.
Políticas públicas
Nos últimos anos o número de projetos educacionais ligados ao esporte tem aumentado, mas sua promoção não é exatamente nova. Entre as décadas de 1930 e 1940, a ditadura de Getúlio Vargas é o primeiro governo a criar políticas públicas para o esporte como prática social. Vargas cria o Conselho Nacional de Desportos (CND) e a primeira lei para o esporte brasileiro. A medida é classificada por pesquisadores da área como uma forma de burocratizar o setor, distante do entendimento de esporte como direito social. No período militar avança o incentivo ao esporte de alto rendimento e também como uma atividade “de massa”, “de lazer”. Na década de 1980, a premissa de aumentar a experiência da criança na escola coloca o esporte, não como apêndice, mas como eixo norteador das atividades, prática que acaba virando lei na Constituição de 1988.
Um marco nas políticas públicas para o esporte aconteceu com a criação do Ministério do Esporte, em 2003, no primeiro ano do governo Lula. A partir daí houve um aumento de programas sociais ligados ao esporte. “Na virada do milênio, os projetos e programas ofertados por prefeituras, governos estaduais e pelo governo federal aumentam significativamente em relação aos projetos da iniciativa privada, fruto de maior aporte de recursos públicos para essa finalidade”, escreve Cláudio Kravchychyn em sua pesquisa de doutorado. Apesar disso, não há um acompanhamento sistemático dos programas para mensurar sua efetividade na promoção da inclusão social e raramente eles têm continuidade, aponta o pesquisador.
A inclusão é possível?
Para o pesquisador da UFRJ, o crescimento do número de projetos de inclusão social nas últimas décadas expressa uma reorganização do sistema capitalista e das funções que se espera do Estado.
Crítico a esses programas, ele afirma que muitos deles acabam cumprindo a função de acomodar uma parcela da força de trabalho que não teria espaço no mercado formal de empregos. Nesse sentido, os programas educacionais e de formação profissional acabam se constituindo em um fim em si, “uma inserção possível nos marcos do atual contexto de expropriação do capitalismo. Pensar em uma inclusão a partir de um sistema estruturalmente excludente me parece uma impossibilidade”, afirma.
Em de uma perspectiva de mudança do cenário social, Kravchychyn considera que é preciso tomar cuidado para não haver uma supervalorização do esporte como solução para tudo: gravidez precoce, uso de drogas, violência. “Ele pode auxiliar nessas questões, mas, ao mesmo tempo, tem que fazer parte de uma série de ações pensadas para além disso. Os atletas noticiados pela mídia podem ser exemplos da influência positiva do esporte, mas, por outro, dependendo do seu comportamento, pode acontecer o contrário. Cabe aos professores e especialmente. aos coordenadores pedagógicos dos programas sociais conduzir o esporte de forma mais realista, de forma a oferecer ferramentas educacionais às crianças”, finaliza.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Iniciativas para que o esporte seja uma ferramenta de inclusão social”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista
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