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4 de maio de 2016

Exercícios sobre verbos


1.    Considere o texto publicitário a seguir.
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► O texto da propaganda utiliza um recurso bastante recorrente em anúncios publicitários, quanto ao emprego de verbos. diga que recurso é este e que efeito de sentido ele provoca no leitor.
>> Leia a letra de música a seguir para responder às questões de 2 a 4.
Ai, se sesse!
Se um dia nóis se gostasse; Se um dia nóis se queresse; Se nóis dois se impariasse; Se juntinho nóis dois vivesse! Se juntinho nóis dois morasse; Se juntinho nóis dois drumisse; Se juntinho nóis dois morresse! Se pro céu nóis assubisse!? Mas porém, se acontecesse, Qui São Pedro não abrisse As porta do céu e fosse, Te dizê quarqué toulice? E se eu me arriminasse E tu cum eu insistisse, Pra qui eu me arrezorvesse E a minha faca puchasse, E o buxo do céu furasse?… Tarvez qui nóis dois ficasse Tarvez qui nóis dois caísse, E o céu furado arriasse E as Virge todas fugisse!!!
SILVA, Severino de Andrade (“Zé da Luz”). Cordel do Fogo Encantado.
Impariasse: variante popular para “emparelhar” (ficar lado a lado, tornar-se parceiro).
arriminasse: variante popular para “arrimar” [arrumar(-se): conseguir boa situação, sob qualquer
aspecto].
2.   A música foi composta numa norma não padrão da língua. Isso fica evidente na ortografia de certas palavras, como buxo (bucho), puchasse (puxasse), tarvez (talvez), entre outras. Mas essa variedade pode também ser percebida quando observamos a conjugação dos verbos.
►  Qual o modo verbal que predomina na letra da música? em que tempo está?
►  Que efeito o modo e o tempo desses verbos produzem na música?
3.    Observe o título da música Ai, se sesse. Que verbo seria este cujo subjuntivo é sesse? Como é, na norma padrão, o subjuntivo deste verbo?
4.   Como a variedade linguística utilizada na composição dessa música não é a padrão, nem todos os verbos estão conjugados de acordo com as regras da língua padrão. Reescreva aqueles cuja conjugação diverge da concordância oficial.
5.   O pretérito perfeito do indicativo é geralmente usado para descrever fatos ou estados concluídos no passado e em algum momento anterior ao instante em que se fala. Considere as frases a seguir e diga se esta característica do perfeito do indicativo se aplica a elas.
“Viu, gostou, levou” (Anúncio publicitário)
“Pensou persiana, lembrou Columbia” (Anúncio publicitário de persianas)
“Ajoelhou, tem que rezar” (Dito popular)
>> Leia o texto a seguir para responder as questões de 6 a 8.
O futuro do gerúndio
Você já se irritou hoje? Não? Parabéns: você não deve ter telefonado para o seu banco até o momento. Porque qualquer operação bancária que você faça ao telefone com um ser humano do outro lado da linha vai necessariamente envolver uma resposta no odioso futuro do gerúndio.
Sim, você conhece esse novo tempo verbal — só não sabia que ele se chamava assim. “Nós vamos estar creditando 500 reais na sua conta”, “os talões vão estar sendo enviados para a sua casa”, “vai estar sendo debitado da poupança” — frases que a gente ouve mais do que “bom dia”, não é mesmo?
Pois bem. Até quando você e eu vamos estar sendo submetidos a esse martírio? Por que temos que estar obrigados a estar tendo que ouvir frases que vão estar contaminado nosso cérebro a longo prazo? Quanto tempo vamos estar demorando para passar a estar falando desse jeito na vida real?
FREIRE, Ricardo. The best ofXongas.
6.   Ricardo Freire, no texto transcrito, trata da inadequação de uma determinada construção gramatical.
►  Qual é a inadequação?
►  Explique, do ponto de vista gramatical, em que consiste esta inadequação.
►  Qual seria a construção gramatical correta a ser utilizada em lugar do “futuro do gerúndio?
7.    O autor manifesta a sua preocupação com o fato de, daqui a algum tempo, os falantes passarem a utilizar esse tipo de construção inadequada em função da frequência com que a ouvem. De que recurso se vale o autor para comprovar essa possibilidade?
8.   Reescreva o trecho a seguir, eliminando o futuro do gerúndio.
Por que temos que estar obrigados a estar tendo que ouvir frases que vão estar contaminando nosso cérebro no longo prazo? Quanto tempo vamos estar demorando para passar a estar falando desse jeito na vida real?
9.  Leia com atenção o texto a seguir.
Fui abandonado por Flora (e que a humildade dessa voz passiva pulverize os que sempre me pintaram como bastião do porco-chauvinismo) no meio de uma mononucleose.
RODRIGUES, Sérgio. O homem que matou o escritor. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
►  Explique por que o narrador se refere à “humildade da voz passiva” como comprovação para o fato de não poder ser considerado chauvinista.
►  Se o narrador correspondesse à imagem de “bastião do porco-chauvinismo”, que estrutura sintática seria utilizada por ele? Justifique sua resposta.
10.  A correlação dos tempos verbais é um importante fator para a construção do tempo em um texto narrativo. No texto transcrito a seguir, preencha as lacunas com o verbo indicado, estabelecendo a adequada correlação de tempos entre as formas verbais.
O importante era não ser preso logo. Gim se___________(espremer) contra um vão de porta, os policiais pareciam correr em frente, mas de repente_________(ouvir) os passos____________(retornar),__________(dar) a volta pelo beco._________(pular) fora rápido, em saltos leves.
—_____(parar) ou a gente_________(atirar), Gim!
“Está bom, vamos ver, atirem!”, pensava ele, e já___________ (estar) fora do alcance dos tiros, a grandes passadas na beirinha dos degraus de pedra, __________ (despencar) pelas vielas tortas da cidade velha. Acima da fonte_________ (saltar) a balaustrada da rampa, e então________(ficar) embaixo da arcada que_____________ (amplificar) os passos.
Gabarito dos exercícios de verbos
1.     O recurso de que se vale o anúncio é o uso do imperativo (mude, descubra, experimente, confie). Ao utilizar esse modo verbal, o publicitário pretende convencer o leitor da necessidade de consumir o produto, induzindo-o a adquiri-lo.
2.    ► O modo subjuntivo, no pretérito imperfeito.
►  O modo subjuntivo denota algo hipotético, algo cuja probabilidade de ocorrência é duvidosa ou incerta. No caso da música, o autor elabora perguntas do que aconteceria caso o amor hipotético entre o eu lírico e sua/seu parceira/o se efetivasse.
3.    Sesse corresponde ao verbo ser, portanto o subjuntivo é fosse.
4.   Conjugados de acordo com a norma padrão, os verbos assumiriam as seguintes formas: se fosse, se nós nos gostássemos, se nós nos quiséssemos, se nós nos emparelhássemos, se nós vivêssemos, se nós morássemos, se nós dormíssemos, se nós morrêssemos, se nós subíssemos, se eu me arrimasse, se tu insistisses, para que eu me resolvesse, se nós ficássemos, se nós caíssemos, se as virgens todas fugissem.
5.   Tanto nas frases dos anúncios quanto nos ditos populares, os verbos que estão no pretérito perfeito do indicativo não se referem a algo já concluído anteriormente ao momento em que se fala. Eles equivalem a uma espécie de verdade absoluta, isto é, são asserções válidas para qualquer momento. Assim, por exemplo, “pensou persiana, lembrou Columbia” equivaleria a “toda vez que você pensar em persiana, você deve se lembrar das persianas da marca Columbia”.
6.    ► O uso desnecessário do gerúndio em algumas locuções verbais, como “vamos estar creditando”, “vão estar sendo enviados”, “vai estar sendo debitado”. O autor chama esse tipo de construção de “futuro do gerúndio”.
►  O gerúndio é uma forma verbal que dá a ideia de continuidade, de ação em processo. Nestes casos, está usado inadequadamente porque o sentido que se pretende é o de ação futura, que será realizada.
►  O correto seria usar o futuro do presente simples (creditaremos) ou composto (serão enviados, será debitado).
7.    Ricardo Freire, ao manifestar sua preocupação, se vale da reprodução irônica da estrutura que está criticando: “vamos estar sendo submetidos”, “temos que estar obrigados a estar tendo que ouvir”, “vão estar contaminado”, “vamos estar demorando para passar a estar falando”.
8.   Por que temos que ser obrigados a ouvir frases que contaminarão nosso cérebro no longo prazo? Quanto tempo demorará para passarmos a falar desse jeito na vida real?
9.   ► O narrador refere-se à “humildade da voz passiva” porque, uma vez que o sujeito sofre a
ação verbal nessa estrutura sintática, ele sempre estará em posição inferior.
►  O narrador empregaria a voz ativa. Como nessa estrutura sintática o sujeito pratica a ação verbal, ele estaria em uma posição superior.
10. As formas verbais que preenchem adequadamente as lacunas são: espremeu, ouviu, retorna-
rem, darem, pulou, para, atira, estava, despencando, saltou, ficou, amplificava.

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