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4 de setembro de 2017

BARBARISMOS


Depois de ler os jornais nos últimos dias, veio-me à lembrança uma música que tem muito a ver (sim… ‘a ver’ é desse jeitinho, separado!) com a situação noticiada, a extinção da reserva na Amazônia:
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá(…)”
Essa canção foi gravada por um grupo chamado Doces Bárbaros, cuja formação era Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa. E falando em bárbaros, veio o mote para o assunto de hoje: barbarismos!
Ao contrário da qualidade excepcional do grupo de artistas, os barbarismos são vícios de linguagem, devendo, portanto, ser evitados nas situações em que o emprego da norma culta é exigido. Consistem em usar uma palavra com problemas quanto à grafia, pronúncia, significação, flexão ou formação.
São divididos de acordo com a natureza da inadequação, podendo ser:
  • Gráficos: hontem, análize, indentificar, aza, por: ontem, análize, identificar e asa.
  • Ortoépicos: carramanchão, galfo, praca, tauba por: caramanchão, garfo, placa, tábua
  • Prosódicos: rúbrica, filântropo, por: rubrica, filantropo,
  • Semânticos: Tráfico por tráfego, intemerato (íntegro) por intimorato (sem temor)
  • Morfológicos: cidadões, uma telefonema, uma dó, interviu, reavi, deteu, por: cidadãos, um telefonema, um dó, interveio, reouve, deteve.
  • Mórficos: antidiluviano, monolinear, por: antediluviano (anti = contra), unlinear.
Segundo o gramático Evanildo Bechara, já foram considerados barbarismos algumas palavras, expressões e construções estrangeiras, mas, atualmente, elas são consideradas “estrangeirismos.”
Alguns concursos exigem que o candidato identifique o tipo de problema, mas para a maioria dos vestibulares e para o Enem, basta que fiquemos atentos para não os cometer, já que o domínio da norma culta é uma das exigências dessas provas. E para não ‘barbarizar’ a língua portuguesa, recomendamos muita leitura (atenta, é claro… só passar os olhos pelos textos para ter uma ideia do assunto não vale) e consultas ao dicionário sempre que houver dúvidas!

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