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23 de novembro de 2014

Alunos do Ruyzão leiam isso

Passado o Enem, vestibulandos precisam reorganizar os estudos para provas como UFRGS e UFSM

Passado o Enem, vestibulandos precisam reorganizar os estudos para provas como UFRGS e UFSM Mateus Bruxel/Agencia RBS
Mariana, Igor e Júlia descansaram após o Enem e agora revisam conteúdos para o vestibular.
Lembra de quando o fim de semana era de folga, as provas estavam em um horizonte distante e a disputa por uma vaga na universidade ficou marcada para um dia que chegaria dali a muitos meses? Não faz tanto tempo assim, claro, mas agora tudo mudou: o Enem ficou no passado, o período de inscrições para vestibulares se aproxima do fim e a maratona de provas está apenas começando.
Para quem não vai concorrer apenas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o ano ainda promete muitos testes. Os estudantes que buscam uma vaga em Medicina sabem bem disso: de meados de novembro até o início de janeiro, é raro ter um fim de semana sem exames em diferentes cidades – e até Estados. Ainda que a seleção nas universidades públicas pela nota do Enem tenha diminuído a necessidade de viajar por aí até encontrar um lugar onde estudar, há grandes desafios pela frente.
O primeiro deles já passou, só que um caminho relativamente curto leva até o último: apenas um mês separa os candidatos entre o Enem e a UFSM, e depois não chega a 30 dias a espera para o vestibular da UFRGS. Em meio a tantas siglas, como fica quem precisa se preparar para se dar bem em provas diferentes?
– O mais importante agora, dias depois do Enem, é dar uma acalmada, desligar um pouco do que já passou e manter o ritmo de estudos até o último gás – define João Antônio Menezes Ribeiro, 20 anos, aspirante a uma vaga em Medicina. – O Enem é uma espécie de choque de realidade, já que os últimos vestibulares foram em julho, mas esse susto é bom para acordar.
Sem confirmação vem a apreensão
A estudante Mariana Gregório, 22 anos, afirma que a rotina pouco muda: é hora de revisar e se concentrar em assuntos que caem em uma prova e não em outra. Nada, porém, de ficar ainda mais horas em frente aos livros. Ela relata que a experiência adquirida em uma sequência de testes tem seu revés: sem saber se – e onde – foi aprovada, cada exame causa mais apreensão.
– A experiência do Enem é boa porque foi a primeira resposta para quem está estudando, mas ao mesmo tempo a gente não sabe como foi. Isso atrapalha um pouco, porque você quer que algum resultado positivo aconteça antes da UFRGS – resume ela.
Recomendação é se ater aos detalhes das provas
Para quem está na entressafra entre o Enem e os vestibulares, a dica é ficar atento às peculiaridades de cada exame: leituras diferentes a fazer, outros gêneros de texto a escrever, conteúdos diversos para fixar. A ordem é revisar – afinal, mesmo assuntos "novos" já devem estar na lista de estudos há alguns meses.
Ainda que o conteúdo dos vestibulares seja essencialmente o mesmo (aquele visto ao longo de todo o Ensino Médio), cada um tem características próprias e exige atenção dos candidatos aos detalhes. Enquanto o Enem não cobra leituras obrigatórias, por exemplo, tentar uma vaga na UFRGS sem ter lido ao menos resumos das obras seria imprudente – e a orientação se aplica também à UFSM e a outras universidades.
As diferenças não se limitam ao conteúdo cobrado: mudam, também, a extensão das provas e o número de questões. Em geral, os alunos concordam que a balança pesa mais no lado da prova do MEC: são muitas alternativas e pouco tempo para responder. Já o maior vestibular do Estado costuma ser mais exigente quanto ao conteúdo e trazer abordagens mais diretas – porém há menos perguntas e mais dias de prova.
– Não tem nem comparação. Na UFRGS temos muito mais tempo para pensar e ler com atenção cada questão – explica Júlia Keller Mann, 19 anos, candidata a uma vaga em Medicina.
Para o professor Cristiano Santos, que dá aulas de matemática no Unificado, a dica é manter o ritmo de estudos. O que os vestibulandos podem fazer de diferente é dar maior atenção para os assuntos que não apareceram nas provas passadas, mas podem cair nas próximas.
– O importante é não diminuir o foco e aproveitar o período de revisão, aprofundando essa parte mais técnica, dos detalhes – recomenda o professor.
Entre os assuntos de matemática que não constam nas competências do Enem – ou não apareceram nas provas deste ano – e estão na lista da UFRGS, ele cita questões de logaritmos, números complexos, progressão aritmética e geométrica. O destaque vai para a sucessão de números reais: duas perguntas sobre as progressões são dadas como certas, enquanto um enunciado envolvendo logaritmos deve cair ao menos uma vez.
Atento às dicas, o vestibulando Igor Augustin, 21 anos, conta que desacelerou um pouco os estudos para não chegar cansado às provas que, no caso dele, aparecem em quase cada um dos próximos finais de semana. Ele complementa as orientações do professor com outra sugestão: fazer exercícios com foco nas edições passadas dos vestibulares.
– Minha ideia para as próximas semanas é focar nas federais, então tenho feito as provas dos últimos anos e me preocupando mais com a revisão – diz o estudante. – Agora é melhor se concentrar nos exercícios do que aprender temas novos – conclui.

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