Ando cansada da loucura humana. Ando exausta de tanto cinismo, maldade perseguição aos homens de bem e impunidade aos pérfidos. Cansei do drama da juventude que, lúcida ou drogada, começa a roubar e a matar, às vezes com requintes de crueldade, aos 12 anos – pouco mais, pouco menos: se apanhados, nem todos poderão ser reintegrados na sociedade. Voltarão para novos crimes.Recentemente, aqui perto, um menino de 14 anos confessou na maior frieza, o assassinato de 17 pessoas. Se não houver alguma grave interferência, ele sairá em breve, para matar. Por ser menor de idade, como tantos assassinos iguais a ele, foi para uma dessas instituições de ressocialização nas quais não acredito. Logo estará livre para reiniciar com alegria sua atividade de assassino psicopata.
Acredito firmemente que se deve reduzir a idade na qual alguém pode ser legalmente responsável por seus atos. Como nós, sociedade moderna, produzimos esse e outros dramas morais?
Acusa-se pela criminalidade juvenil a família, que às vezes é apenas outra vítima, ou a “sociedade”, conceito vago que isenta de uma ação enérgica. Pouca é a vontade de mudar isso, que deveria começar com a educação em suas bases, mas o dinheiro e o esforço dedicados a isso têm sido irrisórios dentro do orçamento do país.
Além do mais, nada adiantará se não cumprirmos o que deve estar em qualquer constituição: que a todo ser humano seja garantido tratamento digno e decente. Isso inclui as possíveis vítimas, que mereceriam uma sociedade menos violenta e autoridades mais eficazes, e de outro lado os criminosos, que deveriam ser submetidos a leis mais firmes e colocados em prisões decentes, onde possam trabalhar e produzir para o seu próprio sustento.
Sou mais crédula do que cética. Quando menina, me disseram que, se a gente cavasse fundo no jardim, esse poço daria no Japão. Adulta, descobri que a vida tem outros poços, nem todos divertidos. Um deles parece não ter fim: o poço dos escândalos, da nossa desolação e dos nossos enganos. Do desinteresse e da má vontade. Do poder dos maus e da fragilidade dos bons. E aí nem lei nem tribunais supremos ou mínimos nos ajudarão, se ficarem apenas na letra escrita ou submetidos a jogos de poder.
Um dia descobriremos que a senhora justiça era apenas um mito, que talvez tenha suas razões para não tirar a venda e finalmente olhar para nós, sociedade doente, que não usamos um pano diante dos olhos, mas enrolamos a alma numa cortina escura.“ A lei nem sempre garante a justiça.”
Baseado no texto acima, numa redação entre 25 a 30 linhas, você vai dissertar, respondendo a seguinte pergunta:
Quais providências deveriam ser tomadas para melhorar a saúde da sociedade?
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