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12 de fevereiro de 2014

Estrutura das palavras

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

As palavras são compostas por unidades e podem ser decompostas em elementos menores, chamados de morfemas ou elementos mórficos. Cada elemento mórfico (ou morfema) recebe um nome especial e exerce uma função específica na estrutura da palavra.

1 RADICAL
Radical é o elemento responsável pelo significado básico das palavras. É um elemento que normalmente não se altera. Quando várias palavras possuem o mesmo radical, são chamadas de cognatas ou palavras da mesma família etimológica.
Ex.: terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, terrestre, desterro, soterrar, aterrado ...
dente, dentado, dentinho, dentadura, dentário, denticulado, dentifrício, dentista, dentuça, desdentado, dental, dentiforme ...

2 AFIXOS
Os afixos são as partículas que se anexam ao radical para formar outras palavras. Existem dois tipos de afixos:

* Prefixos: que são colocados antes do radical.
Ex.: desleal, autocontrole, rever, desumano, supermercado, propor, ilegal

* Sufixos: que são colocados depois do radical.
Ex.: folhagem, legalmente, goiabada, pedreiro, sofrível, casamento, modernismo

Os afixos são acrescentados às palavras a fim de:
* 1. mudar o significado da palavra:
Ex.: fazer – desfazer;  feliz – infeliz;  mortal – imortal
* 2. acrescentar uma idéia secundária à palavra:
Ex.: gordo – gorducho, livro – livreco, casa – casarão
* 3. alterar a classe gramatical da palavra:
Ex.: legal – legalizar, belo – beleza

3 VOGAL E CONSOANTE DE LIGAÇÃO
São vogais ou consoantes que entram na formação das palavras para facilitar a pronúncia. Existem, em algumas palavras, por necessidade fonética. Não são elementos significativos, ou seja, não interferem na significação da palavra.
Ex.: café t eira, capin z al, gas ô metro, chá l eira, alv i negro pont i agudo, rod o via, rei z inho, mortal i dade, refei t ório

4 VOGAL TEMÁTICA
A Vogal Temática junta-se ao radical para receber outros elementos. Fica entre dois morfemas. Existe vogal temática em verbos e em alguns nomes. Nos verbos, serve para indicar a conjugação a que eles pertencem (1ª , 2ª ou 3ª ). Nos nomes, apenas acompanham o radical.
Ex.: cant a r  (verbo da 1ª conjugação); beb e r  (verbo da 2ª conjugação); part i r  (verbo de 3ª conjugação); ros a,  sal a, banc o, pedr a, trist e, livr o .

5 TEMA
Dá-se o nome de Tema à união do radical com a vogal temática.
Ex.: canta r ; vende r; parti r

6 DESINÊNCIAS
Desinências são morfemas colocados no final das palavras para indicar flexões verbais ou nominais. As desinências podem ser:

* Nominais: quando indicam gênero e número de nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais ).
Ex.: casa - casas, gato – gata, filho – filha

* Verbais: quando indicam número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Existem três tipos de desinências verbais:

a) desinência modo-temporal (DMT) : indica o modo e o tempo do verbo;
Ex. se nós corrêssemos; tu corrias; nós jogávamos

b) desinência número-pessoal (DNP): indica a pessoa e o número do verbo;
Ex.: nós corremos; se eles corressem; tu cantas

c) desinência verbo-nominal: indica as formas nominais dos verbos (infinitivo, gerúndio e particípio).
Ex.: beber, correndo, partido



PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Os processos de formação de palavras são as maneiras como os morfemas se organizam para formar as palavras. Os principais processos de formação são Derivação e Composição.

1. DERIVAÇÃO
Processo de formar palavras no qual a nova palavra é originada de outra chamada de primitiva. Os processos de derivação são:

* a) Derivação Prefixal
A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo, ou mais de um, são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: desfazer, impaciente, recolocar, autocontrole, propor, infeliz, vice-reitor, contraveneno, iletrado, reanimar, antimilitar, sobrecapa,  recompor (dois prefixos),

* b) Derivação Sufixal
A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo, ou mais de um, são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: realmente, folhagem, lealdade, patinho, cantador, jornaleiro, saudável, benzedura, matadouro, seminarista, cristianismo

* c) Derivação Prefixal e Sufixal
A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.
Ex.: deslealmente ( des- prefixo e -mente sufixo ).
Pode-se observar que os dois elementos são independentes: existem as palavras desleal e lealmente.
Outros exemplos: infelizmente, inutilizar, desnivelar, incapacidade, ex-jogador

* d) Derivação Parassintética
A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois, sem um deles, a palavra não se reveste de nenhum significado.
Ex.: anoitecer ( a- prefixo e -ecer sufixo),
Neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar.
Outros exemplos: pernoitar, descamisado, entristecer, desalmado, empobrecer, apavorar, esfarelar, atapetar, apoderar, enraizar, subtarrâneo

* e) Derivação Regressiva
A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.
Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português); moto (motocicleta), gel (gelatina), cine (cinema), fone (telefone), refri (refrigerante; boteco (botequim); micro (microcomputador); súper (supermercado); barraco (barracão); pneu (pneumático)

* f) Derivação Imprópria
A derivação imprópria ocorre quando uma palavra comumente usada como pertencente a uma classe é usada como fazendo parte de outra.
Ex.: coelho (substantivo comum) usado como substantivo próprio em Daniel Coelho da Silva; verde geralmente como adjetivo (Comprei uma camisa verde.) usado como substantivo (O verde do parque comoveu a todos.)
Outros exemplos: gilete, bom-bril, sanduíche, havana, Cruz, Pereira, Leite, Machado, Flores

2. COMPOSIÇÃO
Consiste na formação de palavras pela junção de duas ou mais palavras (ou radicais).A composição pode ser de dois tipos: por justaposição ou por aglutinação.

* a) Composição por justaposição
Composição por justaposição ocorre quando as duas (ou mais) palavras que se juntam não perdem nenhum fonema, mantendo, por isso, a pronúncia que apresentam antes da composição.
Ex.: passatempo (passa + tempo) couve-flor (couve + flor); girassol (gira + sol) pé-de-moleque (pé + de + moleque); água-de-colônia (água+de+colônia); pontapé (ponta + pé)

* b) Composição por aglutinação
Composição por aglutinação ocorre quando, pelo menos, uma das palavras que se unem perde um ou mais fonemas, sofrendo, assim, uma mudança em sua pronúncia.
Ex.: petróleo (pedra + de + óleo) planalto (plano + alto); fidalgo (filho + de + algo) penalta (perna + alta); aguardente (água + ardente) embora (em + boa + hora)

* Existem outros processos de formação de palavras, mas que não são tão frequentes como os anteriores::

HIBRIDISMO
O hibridismo consiste na formação de palavras pela junção de radicais de línguas diferentes.
Ex.: automóvel (grego + latim); biodança (grego + português); zincografia (alemão + grego); sociologia (latim + grego); alcoômetro (árabe + grego)

ONOMATOPEIA
A onomatopeia consiste na formação de palavras pela imitação de sons e ruídos.
Ex.: triiim, chuá, bué, ping-pong, miau, tic-tac, zunzum, bang-bang, fonfom

SIGLAÇÃO
Consiste na redução ou derivação de nomes ou expressões a partir de siglas e/ou abreviaturas.
Ex.: Ibama, Inpa, Embrapa, petista, pedetista, emedebista, inapiário

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