O CESPE/UnB e as provas discursivas: (im)propriedade vocabular
26/11/2013
Olá, alunos EuVouPassar!
Hoje compartilho com vocês uma dica sobre propriedade vocabular. Trata-se de um quesito que integra (explicitamente) a grade de correção das provas discursivas do CESPE/UnB. Então, prestem muita atenção a seguir!
Para a mencionada banca, o quesito propriedade vocabular utiliza como parâmetros de avaliação gramáticas de referência e dicionários da língua portuguesa.
De acordo com os examinadores do CESPE, registram-se como impropriedade vocabular:
a) o estabelecimento de diálogo com o leitor, ou seja, o uso da função apelativa da linguagem.
b) o emprego de palavras repetidas de forma viciosa no mesmo parágrafo (a banca considera-se apenas um erro, na primeira repetição);
c) o uso de expressões coloquiais em textos formais (os chamados chavões ou clichês: arrebentar a boca do balão; bola da vez; estar a mil; estar com a corda toda);
d) o emprego equivocado de parônimos: avocar/evocar; autuar/atuar; deferir/diferir; comprimento/cumprimento etc);
e) o emprego inadequado de uma expressão por outra: a cerca de/acerca de/há cerca de; a fim de/afim; à medida que/na medida em que; ao encontro de/de encontro a; ao invés de (ao contrário de)/em vez de (substituição); a princípio/em princípio/por princípio; onde/aonde/donde; tampouco/tão pouco; sob/sobre;
f) o uso de figura de linguagem que comprometa a clareza do texto, provoque ambiguidade ou gere incoerência; e
g) o uso de expressões não dicionarizadas: de formas que (Dicionário Houaiss: de forma que/a); demais disso; eis que (para introduzir oração causal); face de (Dicionários Aurélio e Houaiss: em face de); frente a (Dicionários Aurélio e Houaiss: em frente de, no sentido de em face de); inobstante; lado outro; no que pertine (verbo inexistente); no que atine (acepção inexistente para o verbo atinar); vez que (Dicionários Aurélio e Houaiss: uma vez que).
b) o emprego de palavras repetidas de forma viciosa no mesmo parágrafo (a banca considera-se apenas um erro, na primeira repetição);
c) o uso de expressões coloquiais em textos formais (os chamados chavões ou clichês: arrebentar a boca do balão; bola da vez; estar a mil; estar com a corda toda);
d) o emprego equivocado de parônimos: avocar/evocar; autuar/atuar; deferir/diferir; comprimento/cumprimento etc);
e) o emprego inadequado de uma expressão por outra: a cerca de/acerca de/há cerca de; a fim de/afim; à medida que/na medida em que; ao encontro de/de encontro a; ao invés de (ao contrário de)/em vez de (substituição); a princípio/em princípio/por princípio; onde/aonde/donde; tampouco/tão pouco; sob/sobre;
f) o uso de figura de linguagem que comprometa a clareza do texto, provoque ambiguidade ou gere incoerência; e
g) o uso de expressões não dicionarizadas: de formas que (Dicionário Houaiss: de forma que/a); demais disso; eis que (para introduzir oração causal); face de (Dicionários Aurélio e Houaiss: em face de); frente a (Dicionários Aurélio e Houaiss: em frente de, no sentido de em face de); inobstante; lado outro; no que pertine (verbo inexistente); no que atine (acepção inexistente para o verbo atinar); vez que (Dicionários Aurélio e Houaiss: uma vez que).
Pegando o gancho do item 'g', apresentarei comentários acerca da expressão FRENTE A. Vejam!
(Im)propriedade Vocabular: a expressão FRENTE A
Em nosso idioma, o uso da expressão frente a é desaconselhável. Em tais casos, para que se atinja a adequada propriedade vocabular, deve haver a substituição por ante, perante, diante de, em frente de, em frente a.
Não há exemplo na boa linguagem do uso de frente a, sendo correto o emprego de em frente de, em frente a. Segundo as lições de Napoleão Mendes de Almeida, na obra Dicionário de Questões Vernáculas, há severas críticas em relação ao emprego da expressão frente a, no lugar de ante, diante de:
Em frente de - É erro dizer em português: 'Os paulistas frente aos cariocas', 'Morreu frente ao portão da Santa Casa'. Nenhuma das nossas locuções prepositivas em que entre o substantivo feminino frente permite essas construções, que só podem encontrar justificativa no espanhol, pelo que diremos constituírem castelhanismo. (...) Certo será 'Os paulistas ante os cariocas', 'Morreu em frente ao portão', mas nunca, simplesmente, '... frente ao portão.'. V.'face a'.
O estudioso ainda assevera que as expressões face a, frente a são invencionices. De acordo com ele, ou se diz 'em face de', 'em frente de' ou simplesmente ante, preposição esta que não vem seguida de outra preposição: 'Ante o imprevisto da conclusão...' (...).
Portanto, evitem o uso da expressão 'FRENTE A' nas provas discursivas do CESPE!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário