Texto 1
A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de
caminhar, não teria inventado a roda.
(Mario Quintana, Na volta da esquina.)
Texto 2
Culturalmente, temos negado nosso direito de pouco fazer. Produzir sem
cessar é o estereótipo vigente, atrelado às leis do trabalho. E à felicidade.
Mas até essa ideia encontrou resistência. O pensador francês Paul Lafargue, por
exemplo, pregou o “direito à preguiça” como uma luta verdadeiramente libertária.
Já o teórico Jean Baudrillard defendia a escolha pelo ócio: “Não mudarei,
qualquer que seja o curso dos acontecimentos. Detesto a atividade agitada dos
meus concidadãos, a iniciativa, a responsabilidade social. São valores exógenos,
urbanos, pretensiosos. São qualidades industriais. A preguiça é uma energia
natural”.
Texto 3
Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu
trabalho e o seu tempo livre, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua
educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Distingue uma
coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer
coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está trabalhando ou
se divertindo. Ele acredita que está sempre fazendo as duas coisas ao mesmo
tempo.
(Domenico de Masi, O ócio criativo.)
Texto 4
Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
[...]
(Renato Russo. Música de trabalho. www.legiao.org)
Em uma cultura em que tanto se exalta o trabalho, como forma de vencer na
vida e de se realizar, e, ao mesmo tempo em que milhões e milhões de pessoas não
conseguem o emprego que tanto desejam, paradoxalmente se vê o tempo livre
aumentar.
Com base na leitura dos textos, elabore um texto dissertativo sobre o
tema:
Trabalho e tempo livre: é possível conciliar essas realidades?
Nenhum comentário:
Postar um comentário