A infância de muita gente foi povoada de barulhos por escrito, nos gibis, tirinhas, cartuns e até na TV. Um seriado antigo das aventuras de Batman e Robin ilustrava as brigas entre os heróis e os vilões com imagens coloridas dos sons dos socos e golpes:
O Tio Patinhas se deliciava mergulhando na sua caixa-forte, ouvindo o tilintar das moedas:
Mas não é só a cultura ‘pop’ que lança mão desse recurso. Encontramos onomatopeias também na Literatura:
Nos textos acima podemos observar que há situações em que as sequências de letras apenas funcionam como a representação de um determinado som – essa é a FIGURA DE LINGUAGEM denominada onomatopeia.
No entanto, ocorrem também alguns casos em que, a partir da representação dos sons, criam-se palavras, que figuram nos dicionários, como verbos ou substantivos, as quais podem ser flexionadas. Estamos, então, diante de um PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS denominado onomatopeia, que dará origem a palavras onomatopaicas.
É o caso do verbo tilintar, das HQs do Tio Patinhas, e do verbo zunir, no poema de Vinicius de Moraes e na tirinha do Fernando Gonsales, que serviu de base para uma questão da Unicamp da semana passada:
O barulho produzido pelo bater das asas das abelhas deu origem ao verbo zunir, que, no poema, foi empregado para se referir ao movimento frenético desses insetos, que não param um minuto, sempre de flor em flor recolhendo pólen, e, na tirinha, foi empregado criativamente para fazer uma relação intertextual com o “Manifesto Comunista”, de Marx e Engels. (Em tempo: o cartunista errou a acentuação, pois oxítonas terminadas em ‘i’ não são acentuadas…)
Assim, onomatopeia pode denominar tanto a figura de linguagem, na Estilística, como o processo de formação de palavras, na Gramática.
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27 de novembro de 2016
FIGURA DE LINGUAGEM
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