TEMA DE 2013 DO ENEM - LEI SECA NO BRASIL
Construindo uma dinâmica mais ética do trânsito no Brasil Com a ascensão de Juscelino Kubitschek ao poder, a política de abertura da economia brasileira entrou em ação mais vigorosamente do que em qualquer outro episódio da história do Brasil . Nesse cenário, a entrada de automóveis no Brasil como produtos de consumo foi cada vez maior. No entanto, o governo não tomou como prioridade a fiscalização das estradas do país e uma prática nociva tornou-se comum: beber e dirigir. Recentemente , o governo implantou a Lei Seca , visando diminuir os efeitos dessa prática.
Nesse contexto, cabe analisar os aspectos positivos da aplicação dessa Lei , e como ela pode ser melhorada. Em função da implantação da Lei Seca , segundo pesquisas da UFRJ, os números de acidentes fatais no trânsito relacionados ao alcoolismo caíram drasticamente desde o começo de 2013. Devido a essa evidência a tese de Thomas Hobbes – “a intervenção estatal é necessária , como forma de proteger os cidadãos de maneira eficaz” – é corroborada. Nesse caso, por meio da Lei Seca , através do exame do bafômetro e da aplicação de multas a motoristas alcoolizados, a intervenção protegeu a população de maneira vital : salvou milhares de vidas.
Ademais, uma questão muito subjetiva é tratada e trabalhada pela nova legislação: a empatia. É muito presente , ao longo da história das civilizações, a ocorrência de casos nos quais alguns decretos e leis contribuíram na construção de uma sociedade mais ética e virtuosa. Em decorrência disso, a implantação e a propaganda da Lei Seca , ao estimularem o motorista a não beber antes de dirigir, podem também levá-lo a pesar as consequências de seus atos: desrespeitar a lei , nessa situação, pode custar a vida de outrem. Assim, acidentes advindos do alcoolismo no trânsito poderão ser evitados, não só pelo medo da punição, mas também pela via da consciência ética.
Destarte , fica claro que a Lei Seca ajuda tanto regulamentação do trânsito, quanto na formação moral do cidadão brasileiro. No entanto, a forma de tratar os que desrespeitam a lei pode ser mudada. Ao invés de aplicação de multas, o governo federal poderia buscar parcerias com ONGs interessadas e implantar um programa de reeducação social para os infratores. Cursos de conscientização, aliados a trabalho voluntário em comunidades carentes poderiam servir como orientação pedagógica para quem costuma beber e dirigir. Assim o trânsito no Brasil poderá tomar as formas de uma dinâmica mais ética e segura para todos.
ComentáriosO texto demonstra que a participante tem excelente domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e não apresenta problemas linguísticos, a não ser a ocorrência de um desvio ortográfico em “alcoolismo” (2º parágrafo) e a falta de uma vírgula na oração intercalada em “Cursos de conscientização, aliados a trabalho voluntário em comunidades carentes poderiam servir como orientação pedagógica […]” (4º parágrafo). Nota-se a falta de preposição aglutinada com artigo antes de “regulamentação”, o que se configura como descuido da participante, que demonstra aplicar corretamente a regência do verbo na sequência “ajuda tanto regulamentação do trânsito, quanto na formação moral do cidadão brasileiro” (4º parágrafo). Como se trata de ocorrências excepcionais sem reincidência, a redação recebeu nota 1.000. Demonstra também que a proposta de redação foi compreendida e que o tema foi desenvolvido satisfatoriamente dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. O texto é objetivo e impessoal. A redação organiza-se em quatro parágrafos bem organizados. A participante introduz o tema, afirmando que a valorização do transporte rodoviário, que veio na era juscelinista, não foi acompanhada de fiscalização rígida dos motoristas que dirigem alcoolizados, providência que foi tomada apenas com a Lei Seca. Com ela, diz o texto, o número de acidentes diminuiu. O texto desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, fluente e articulada ao seu projeto de texto, a partir de um repertório sociocultural produtivo, por meio do acesso a outras áreas do conhecimento, como a citação de Thomas Hobbes para justificar a intervenção do Estado para proteger o cidadão. Ao desenvolver o tema, a redação apresenta encadeamento entre as ideias, e a participante demonstra competência em selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos e argumentos em defesa de um ponto de vista: o tema é desenvolvido de forma coerente, os argumentos selecionados são consistentes e a conclusão é relacionada ao ponto de vista adotado, configurando independência de pensamento e autoria. O emprego de elementos coesivos torna o texto bem articulado e garante a sua continuidade, revelando conhecimento dos mecanismos linguístico s necessários à construção da argumentação. O texto recorre a vários recursos coesivos, como: “Nesse cenário”, “Nesse contexto” (1º parágrafo); “Devido a essa”, “Nesse caso” (2º parágrafo); “Ademais”, “Em decorrência disso”, “Assim” (3º parágrafo); “Destarte” (4º parágrafo). A proposta de intervenção foi elaborada de forma detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto: parcerias com ONGs para reeducação social dos infratores, cursos de conscientização e trabalho voluntário em comunidades carentes.
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