Atendendo ao pedido da leitora Júlia Maria, vamos abordar a questão do emprego do gerúndio. Observemos a tirinha do Grump, que apareceu no vestibular do ITA:
– No lugar de reclamação, ação! Comprei um livro com tudo sobre a Reforma Ortográfica. Vou estar lendo diariamente. Vou estar aprendendo cada vez mais. Vou estar me superando a cada dia.
– Bem que podiam ter aproveitado a Reforma para estarem limando o gerúndio.
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Temos, nos quadrinhos, uma crítica a um vício de linguagem que virou “modinha”, o gerundismo. Trata-se do emprego inadequado da forma nominal gerúndio. Muitas pessoas confundem gerúndio e gerundismo e, das duas uma: ou empregam equivocadamente o verbo no gerúndio ou evitam-no a todo custo, achando que é errado usá-lo.
Para evitar as confusões, vamos definir cada um dos termos:
Como diriam meus alunos, ‘o que pega’ é que há falta de objetividade na construção, pois não há necessidade de tantos verbos na locução. A mensagem ficaria mais objetiva e clara, por exemplo, assim:
Além da falta de objetividade, há também outro problema: ‘vou fazer’ é pontual, assertivo, ao passo que ‘vou estar fazendo’ transmite a ideia de que o processo vai ser iniciado, mas nada se sabe quanto ao término…
Então é melhor não usar locuções com verbo no gerúndio? Não! Essa forma nominal é útil, mas deve ser empregada apenas quando a intenção for indicar que a ação não terminou, ainda está em curso, isoladamente ou em relação a outra ação, como nesta frase:
Como iniciei o texto com uma tirinha, vou encerrá-lo com outra – o cartunista Laerte fez bom uso do gerúndio na tirinha abaixo:
Resumindo: evite o gerúndio desnecessário, mas continue a empregá-lo em locuções verbais que expressem ação iniciada e ainda não concluída.
E quando vocês estiverem empregando corretamente essa forma verbal, ficarei satisfeita por auxiliado.
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12 de fevereiro de 2017
GERÚNDIO - DIFERENÇAS
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