Mundial vai se desenrolar enquanto as provas já estiverem em processo de elaboração, mas é provável que inspire perguntas.
No ano em que a Copa do Mundo volta ao Brasil, professores acreditam que o futebol pode inspirar mais do que conversas em mesas de bar. Nos vestibulares e no Enem, as provas de geografia e história são as favoritas para receber conteúdo relacionado à competição. Os vestibulandos devem olhar com "outros olhos" o Mundial e as nações que estarão representadas no Brasil. Te liga nas dicas!
Geografia
Como qualquer outro evento de abrangência mundial, a Copa do Mundo irá inspirar bancas de muitos vestibulares e, possivelmente, até do Enem – se somarmos a isso o fato de esta edição ocorrer no Brasil, as probabilidades aumentam. Como podem ser elaboradas questões abordando o tema nas provas de geografia? É o que vamos imaginar aqui.
Em alguns casos, é bem possível que o evento seja usado apenas como pano de fundo para algum outro conteúdo, como os fusos horários. Nesse caso, se imaginaria um deslocamento de um turista até o nosso país.
Uma questão mais crítica poderia comparar as condições gerais de vida entre os países membros, abordando temas de demografia como tamanho da população, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), expectativa de vida, saúde, educação, distribuição da renda e tantos outros, que geralmente aparecem na forma de mapas (anamorfose), gráficos ou tabelas.
Outra possibilidade seria questões envolvendo geopolítica, em que a análise já tenderia às relações de poder dentro da Nova Ordem Mundial. As perguntas poderiam envolver conhecimentos como quem são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que participam da Copa (EUA, Rússia, Reino Unido e França; somente a China ficou de fora); ou as questões comerciais dentro da divisão "Norte-Sul" ("países ricos" x "países pobres"); ou, quem sabe, apenas explorar antigos conflitos entre os participantes, como a disputa entre Argentina e Inglaterra que, nos anos 1980, se enfrentaram na Guerra das Malvinas/Falklands.
Há uma única certeza: quem busca um espaço na universidade tem de olhar os 32 países com um olhar analítico e crítico, relacionando-os com o máximo possível de conteúdos trabalhados em aula. Depois disso, é só torcer – pelo Brasil e pela própria vitória.
História
Relacionando o conteúdo de história com a Copa do Mundo, podemos tecer alguns comentários. Provavelmente não teremos questões relacionadas aos conflitos, às manifestações, ainda que esse seja um tema interessantíssimo. Partindo da premissa de que a UFRGS é uma instituição federal, acreditamos que ela não colocará nenhuma questão que discuta o governo atual. Se cair algo nessa linha, seja na prova de história, seja na redação, será uma ousadia por parte dos organizadores do concurso.
Entretanto, alguns outros pontos podem ser elencados sobre a história dos mundiais, relacionando-os com o conteúdo usual das provas.
Pode-se resgatar a relação do mundial de futebol com a II Guerra Mundial, lembrando que ocorreram três primeiros mundiais: 1930, com vitória do Uruguai; 1934 e 1938, com vitória da Itália. Depois disso, não foram disputadas copas por 12 anos, devido ao estado de guerra. O torneio só voltou a ser disputado em 1950, no Brasil – Copa cujo desfecho não foi muito interessante para nós.
Outro ponto interessante é que os títulos da Alemanha foram todos conquistados pela seleção da Alemanha Ocidental (títulos de 1954, 1974 e 1990), representante de um país dividido devido à Guerra Fria. A Alemanha Oriental classificou-se apenas para uma Copa, a de 1974 – justamente quando a sede foi a Alemanha Ocidental. Em 1990, as Alemanhas se reunificaram, mas somente depois do mundial – dessa forma, seu último título conquistado ainda consta como Alemanha Ocidental.
E, por fim, podemos lembrar sobre a Copa de 2010, na África do Sul, que foi a primeira realizada em um país africano e que, além de ocorrer justamente no país de Nelson Mandela, que até a década de 1990 ainda vivia em um regime de apartheid, reuniu os africanos em um espírito de unificação, motivo pelo qual o torneio foi considerado muito mais como "africano" do que apenas "sul-africano".
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