Redação Corrigida 2
Título: A saúde no Brasil.
No ano de 2013, o Governo Federal adotou uma política de abertura das fronteiras aos médicos estrangeiros, com a finalidade de atenderem as regiões mais carentes deste atendimento. Mas uma questão surge em meio à abertura. Faltam médicos no Brasil?.
As localidades mais distantes dos grandes centros urbanos sofrem com a falta de demanda de profissionais da área da saúde. Muitos pacientes se veem obrigados a saírem de suas cidades e enfrentar longas viagens, que podem durar até mais de um dia, para buscar atendimento em cidades maiores. Essa 'migração' acarreta uma super lotação nos hospitais dessas cidades, que precisam atender não só seus moradores como os das cidades vizinhas.
Essa carência de pessoas qualificadas, é ocasionada pelo péssimo estado da estrutura dos hospitais encontrados nos interiores. Faltam condições mínimas para o exercício da atividade -equipamentos e medicamentos principalmente-, os médicos do país não se veem atraídos a mudar dos centros para o interior. Esse sucateamento da estrutura é a maior barreira para se conseguir levar, de maneira igualitária, atendimento a todos os pacientes e por consequência, livrar os hospitais das cidades maiores de sua atual superlotação.
Não, atualmente não existe uma falta de profissionais no País. O que se vê é o desinteresse de atuar nas zonas mais carentes, a má infraestrutura é que desencadeia esse afastamento. Se faz necessária uma restauração das condições dos hospitais e postos de saúde nas localidades mais distantes para que, percebendo a mudança, os médicos queiram deixar suas cidades para atender as cidades mais afastadas.
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Introdução
No ano de 2013, o Governo Federal adotou uma política de abertura das fronteiras aos médicos estrangeiros, com a finalidade de atenderem as regiões mais carentes deste atendimento. Mas uma questão surge em meio à abertura. Faltam médicos no Brasil?
1) Você usou muito bem a primeira vírgula. Porém, a segunda vírgula (antes do “com”) não tem justificativa para ser usada.
2) O correto é “desse”. Usamos “ss” quando queremos nos referir a algo que já foi dito e usamos “st” para dizer algo que não foi dito ainda. É essa a diferença entre isso/isto, esse/este, desse/deste, nesse/neste, etc...
3) Não se começa oração com “mas”. O “mas” sempre vem depois de uma vírgula, relacionando as orações adversativas num mesmo período. O correto seria escrever “mais carentes desse atendimento, mas uma questão...”. Porém, para evitar um período longo, é melhor trocar o “mas” por um “porém”, “entretanto”, “contudo”, “todavia”, etc...
4) A pergunta “faltam médicos no Brasil” está sendo apresentada pela oração anterior. Logo, devemos usar dois-pontos ao invés do ponto.
5) A palavra “abertura” foi repetida num curto espaço. Poderíamos substituí-la por outra palavra. Eu poderia trocar “questão” por “pergunta” e “abertura” por “questão”.
Com as alterações, a sugestão para esse parágrafo introdutório é esta:
No ano de 2013, o Governo Federal adotou uma política de abertura das fronteiras aos médicos estrangeiros com a finalidade de atenderem as regiões mais carentes desse atendimento. Entretanto,uma pergunta surge em meio a essa questão: faltam médicos no Brasil?
Segundo Parágrafo:
As localidades mais distantes dos grandes centros urbanos sofrem com a falta de demanda de profissionais da área da saúde. Muitos pacientes se veem obrigados a saírem de suas cidades e enfrentar longas viagens, que podem durar até mais de um dia, para buscar atendimento em cidades maiores. Essa 'migração' acarreta uma super lotação nos hospitais dessas cidades, que precisam atender não só seus moradores como os das cidades vizinhas.
Excelente! Em termos estruturais, o parágrafo está muito bom. Agora, vamos focar alguns probleminhas:
1) “Falta de demanda” ou “falta de oferta”? Demanda significa “busca” ou “procura”. Logo, existem poucos profissionais para muita procura, ou seja: é pouca oferta para muita demanda. A demanda está associada à procura (aos clientes).
2) Concordância: “Muitos pacientes se veem obrigados a saírem de suas casas e a enfrentarem longas viagens (...) para buscarem atendimento...”
3) Não há necessidade das aspas simples na palavra “migração”. Primeiramente, a aspas simples são usadas em expressões que estão dentro de outras expressões que já estão usando aspas duplas. Logo, deveríamos escrever “migração” com aspas duplas, pois essa palavra não está dentro de uma frase ou oração que já esteja usando aspas duplas.
Exemplo:
Joãozinho disse: “gosto de sobrenomes em japonês, como ‘Tapanakara’, ‘Fuginakombi’, entre outros...”
Porém, também não há necessidade de usar aspas duplas, tendo em vista que a palavra “migração”, dentro do contexto, está sendo bem empregada.
Existem três palavras que causam bastante dúvida: imigração, emigração e migração. Imigrar significa entrar num país (os italianos imigraram para o Brasil), emigrar significa sair de um país (os italianos emigraram da Itália) e migrar corresponde a viagens regulares ou temporárias (também chamadas de movimentos pendulares, indo e voltando como o pêndulo de um relógio), que é justamente o que os pacientes das regiões carentes fazem ao procurarem os profissionais da saúde. Eles vão... e voltam.
4) Com o prefixo “super”, só usamos hífen se a segunda palavra começa com “r” ou com “h”. Logo, é por isso que devemos escrever “super-homem” (a segunda palavra começa com “h”), “super-rápido” (a segunda palavra começa com “r”) e “superlotado” (a segunda palavra começa com “l”, logo deve ser escrita junta).
OBS: Em linhas gerais, o hífen serve para separar letras iguais (há prefixos que isso não ocorre). Pelo menos, com as vogais isso funciona bem: em palavras compostas, usamos hífen se a segunda palavra começar com a mesma vogal que terminar o prefixo (ou então se a segunda palavra começar com “h”). Exemplo: micro-ondas. Caso contrário, não devemos usar hífen. Exemplo: autoescola.
5) Existe algo chamado “paralelismo textual”. Certas expressões têm um modo completo de serem escritas. Um exemplo é a expressão “não só... como também”. O modo correto dessa expressão é escrever “não só” ligado ao “como também”. Se faltar um desses quatro elementos, o paralelismo é quebrado.
Desse modo, com essas observações, a sugestão final para esse parágrafo é:
As localidades mais distantes dos grandes centros urbanos sofrem com a falta de oferta de profissionais da área da saúde. Muitos pacientes se veem obrigados a saírem de suas cidades e a enfrentarem longas viagens, que podem durar até mais de um dia, para buscarem atendimento em cidades maiores. Essa migração acarreta uma superlotação nos hospitais dessas cidades, que precisam atender não só seus moradores, como também os das cidades vizinhas.
Terceiro Parágrafo:
Essa carência de pessoas qualificadas, é ocasionada pelo péssimo estado da estrutura dos hospitais encontrados nos interiores. Faltam condições mínimas para o exercício da atividade -equipamentos e medicamentos principalmente-, os médicos do país não se veem atraídos a mudar dos centros para o interior. Esse sucateamento da estrutura é a maior barreira para se conseguir levar, de maneira igualitária, atendimento a todos os pacientes e por consequência, livrar os hospitais das cidades maiores de sua atual superlotação.
1) Jamais separe o sujeito do verbo. Eles são inseparáveis. Logo, não podemos usar vírgulas entre “Essa carência de pessoas qualificadas” e “é”.
2) Observe a expressão “é ocasionada pelo péssimo estado da estrutura dos hospitais encontrados nosinteriores”. Tudo bem que você está se referindo às cidades do interior dos estados, porém é preciso ser mais completo na redação dissertativa, sem dar margens a interpretações erradas. Logo, o correto é escrever “encontrados nas cidades interiores”. O melhor mesmo é dizer “regiões mais carentes”, fazendo um elo com o parágrafo anterior (o “gancho”).
3) Concordância: “os médicos do país não se veem atraídos a se mudarem dos centros...”.
4) “Esse sucateamento da estrutura hospitalar...”. A palavra “estrutura” ou deve ser bem definida (que tipo de estrutura), ou deve estar bem pautada num contexto específico. Seria melhor, portanto, complementar o seu sentido com “hospitalar”.
5) Não precisa dizer “péssimo estado da estrutura dos hospitais”. A que tipo de estrutura você se refere? Aos edifícios? À estrutura organizacional? Você pode dizer simplesmente “péssimo estado dos hospitais”, dando um sentido mais completo e global.
6) Observe que você usou o “interior”. Porém, você disse “se mudarem dos centros para o interior”. A palavra “interior” está bem encaixada aqui, fazendo concordância com “centros” e construindo um contexto. Situação diferente do “hospitais encontrados nos interiores”, como estava escrito no início do parágrafo original.
5) O último período ficou longo. O parágrafo é composto por um tópico frasal, um desenvolvimento e uma finalização. Esse final começa com “por consequência”, que pode ficar muito bem disposto em outro período, cumprindo o papel de fechar o parágrafo. É preciso “fechar” melhor esse parágrafo com um período menor e mais consistente.
Com as observações, a sugestão desse parágrafo é esta:
Essa carência de pessoas qualificadas é ocasionada pelo péssimo estado dos hospitais encontrados nas regiões mais carentes do País. Faltam condições mínimas para o exercício da atividade ─equipamentos e medicamentos principalmente ─ e os médicos do país não se veem atraídos a se mudarem dos centros para o interior. Esse sucateamento da estrutura hospitalar é a maior barreira para se conseguir levar, de maneira igualitária, atendimento a todos os pacientes. Como consequência, os hospitais das cidades maiores sofrem com a superlotação.
Conclusão:
Não, atualmente não existe uma falta de profissionais no País. O que se vê é o desinteresse de atuar nas zonas mais carentes, a má infraestrutura é que desencadeia esse afastamento. Se faz necessária uma restauração das condições dos hospitais e postos de saúde nas localidades mais distantes para que, percebendo a mudança, os médicos queiram deixar suas cidades para atender as cidades mais afastadas.
1) É preciso ter um “gancho” , senão você quebra a redação. Você foi argumentando ao longo de dois parágrafos. Agora, é a hora de dizer um “portanto”, “desse modo”, “diante disso” etc... É preciso usar algum tipo de conjunção para sinalizar a sua conclusão o fechamento de toda a redação. Desse modo, você consegue deixar o texto mais coeso, seguindo o fluxo do raciocínio e evitando quebras.
2) “Não existe uma falta” é o mesmo que “não faltam”. A redação não pode ser prolixa. Ela precisa ser objetiva. Ao mesmo tempo, devemos ser sempre o mais completo possível (“profissionais da saúde”, ou então “médicos”). Devemos economizar palavras desnecessárias sem abrir mão das necessárias.
3) A conclusão ficou longa e quase se transformou num parágrafo de desenvolvimento. A conclusão é apenas um fechamento e deve ser objetiva, pontuando os principais aspectos apresentados ao longo da redação.
Eu a reescrevi, mantendo a sua ideia, mas a expressando em outras palavras:
Portanto, pode-se observar que não faltam médicos no País. O que ocorre é que os problemas de infraestrutura hospitalar e as péssimas condições de trabalho afastam os profissionais da saúde das regiões que mais precisam deles. A melhor solução é valorizá-los com condições dignas de trabalho.
Veja que a conclusão é dividida em algumas partes:
1) A resposta da pergunta: Portanto, pode-se observar que não faltam médicos no País.
2) A retomada de toda argumentação trabalhada na redação: O que ocorre é que os problemas de infraestrutura hospitalar e as péssimas condições de trabalho afastam os profissionais da saúde das regiões que mais precisam deles.
3) Nesse caso, por se tratar de um tema problemático, ocorre a apresentação de uma solução: A melhor solução é valorizá-los com condições dignas de trabalho.
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