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15 de junho de 2014

Exercícios sobre as funções do que - ESSA






 1 – Esposamos a ideia de que os sofrimentos atuais possuem uma significação que transcende a crise civilizacional.

Com relação à frase transcrita, analise as afirmativas a seguir:

I. O primeiro que é uma conjunção integrante e serve para articular um complemento oracional ao substantivo abstrato ideia.
II. O segundo que é um pronome interrogativo cujo uso se justifica em razão da seguinte pergunta: que significação transcende a crise civilizacional?
III. As duas ocorrências de que promovem a estruturação do período composto, já que introduzem a oração subordinada substantiva e a subordinada adjetiva, respectivamente.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.


Considere o texto abaixo para responder à questão a seguir:

De teor histórico-filosófico, os livros de M. Foucault investigam, em determinadas sociedades e em determinados períodos, quais os modos efetivos e historicamente variáveis de produção de verdade. Uma consideração que se estende para a sociedade moderna, a partir das suas instituições, diz respeito ao que podemos identificar como o traço fundamental, comum a todas elas e que, certamente, é aplicável a toda sociedade. Trata-se do princípio da visibilidade. A um tempo global e individualizante, a visibilidade constitui uma espécie de princípio de conjunto. À primeira vista sinal de transparência e de revelação da verdade, pode-se contudo questionar se o gesto de mostrar-se, de deixar-se ver, significaria uma postura despojada de desvelamento da verdade de cada um ou se o desnudamento de si mesmo não seria uma injunção, se a exposição de si não encobriria uma certa imposição decorrente das regras que regem nosso modo de produção da verdade. Acrescentemos que a investigação que quer melhor compreender nossa época não pretende apenas situá-la pela sua diferença com o que a precede, mas também, e sobretudo, instigar mudanças que, a partir e do interior do nosso presente, possam inaugurar perspectivas outras na direção do que está por vir.



 2 – No desenvolvimento do texto, a função do pronome relativo QUE é,

(A) retomar o termo “instituições” em “diz respeito ao que podemos identificar”.
(B) retomar o termo “o” em “que a precede, mas também”.
(C) retomar o termo “imposição” em “das regras que regem nosso modo de produção”.
(D) retomar a expressão “todas elas” em “que, certamente, é aplicável a toda sociedade”.
(E) retomar o termo “perspectivas” em “na direção do que está por vir”.


SONHOS, OUSADIA E AÇÃO

Albert Einstein (1879-1955), físico alemão famoso por desenvolver a Teoria da Relatividade, mencionou, durante sua vida, várias frases famosas. Uma delas é: “Nunca penso no futuro. Ele chega rápido demais”. Para um gênio como Einstein que vivia muito à frente de sua época, tal frase poderia ter certo sentido. Mas também deixa claro que sua preocupação era agir no presente, no hoje, e as consequências dessas ações seriam repercutidas no futuro.
Ainda utilizando frases do físico, mais uma vez ele quebra um paradigma quando cita: “A imaginação é mais importante do que o conhecimento”. Oscéticos podem insistir em afirmar que o mais importante é adquirir conhecimento. No entanto, sem a criatividade nascida de uma boa imaginação, de nada adianta possuir conhecimento se você não tem curiosidade em ir além.
O conhecimento é muito importante para validar a criatividade e colocá-la em prática, mas antes de qualquer ação existiu a imaginação, um sonho que aliado ao conhecimento e habilidades pode transformar-se em algo concreto. Já a imaginação criativa, sem ações, permanece apenas como um sonho.
Ainda à frente de sua época e indiretamente colaborando para os dias atuais, Einstein mais uma vez apresenta uma citação interessante: “no meio de qualquer dificuldade encontra-se a oportunidade”. Ou seja, mesmo em meio a uma crise, podemos encontrar oportunidades. Oportunidades aos empreendedores, aos inovadores, às pessoas e empresas que tiverem atitude e criatividade, que saiam da mesmice, que não se apeguem a fatos já conhecidos, mas busquem o novo, o desconhecido.
Como profissionais, precisamos ser flexíveis e multifuncionais. Devemos deixar de nos conformarmos em saber executar apenas uma atividade e conhecer várias outras, nas quais com interesse e dedicação podemos ser diferenciados. Já as organizações devem encontrar, em uma nova realidade, novos usos de produtos e boas oportunidades para os mercados que passaram a existir.
E para fechar este artigo com chave de ouro, cito outra sábia frase de Einstein: “Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário”. Acredite, tudo é possível desde que seja dado o primeiro passo. Você pode realizar seus sonhos se tiver confiança e lutar por eles. Poderá encontrar novas oportunidades desde que olhe “fora da caixa” e seja o primeiro a descobrir uma chance que ninguém está conseguindo ver.
Para se chegar a uma longa distância é preciso, antes de tudo, dar o primeiro passo. Parecia impossível o homem voar e ir à lua. Quem imaginou, 30 anos atrás, que poderíamos acessar milhares de informações em milésimos de segundos através da Internet? Mas para estas perguntas, por mais óbvias que sejam as soluções, faço das palavras de Einstein minha resposta: alguém que duvidou e provou o contrário.




3 – O pronome relativo que difere dos demais, nos trechos listados abaixo, quanto à função sintática, é

(A) “...que aliado ao conhecimento e habilidades pode transformar-se...”
(B) “...que tiverem atitude e criatividade,”
(C) “...que passaram a existir.”
(D) “...que ninguém está conseguindo ver.”
(E) “...que duvidou e provou o contrário.”


 4 – Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações humanas.

Com relação à frase transcrita e a análise sintática tradicional, considere as afirmativas a seguir.

I. O vocábulo que é uma conjunção integrante e presta-se a articular a oração subjetiva ao núcleo verbal que a subordina.
II. A forma verbal vê-se está na voz ativa e seu sujeito recebe aclassificação de sujeito indeterminado.
III. O período estrutura-se por coordenação, sendo a segunda oração coordenada sindética conclusiva introduzida pela conjunção pois.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.


A REDESCOBERTA DO BRASIL

Na segunda metade do século XVI, quando o rei D. Manoel, o capitão-mor Pedro Álvares Cabral e o escrivão Pero Vaz de Caminha já estavam mortos havia mais de duas décadas, começaria a surgir em Lisboa a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso. Tal teoria foi obra dos cronistas e historiadores oficiais da corte. [...]
Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais, os cronistas reais descreveram o descobrimento do Brasil com base na chamada Relação do Piloto Anônimo. A questão intrigante é que em nenhum momento o “piloto anônimo” faz menção à tempestade que, segundo os cronistas reais, teria feito Cabral “desviar-se” de sua rota. Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte para os textos redigidos pelos cronistas oficiais do reino, esse documento também não se refere a tormenta alguma. Pelo contrário: mesmo quando narra o desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde, ocorrido duas semanas depois da partida de Lisboa, Caminha afirma categoricamente que esse navio sumiu “sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser”.
Na verdade, a leitura atenta da carta de Caminha e da Relação do Piloto Anônimo parece revelar que tudo na viagem de Cabral decorreu na mais absoluta normalidade e que a abertura de seu rumo para oeste foi proposital. De fato, é difícil supor que a frota pudesse ter-se desviado “por acaso” de sua rota quando se sabe – a partir das medições astronômicas feitas por Mestre João – que os pilotos de Cabral julgavam estar ainda mais a oeste do que de fato estavam. [...]

Reescrevendo a História

Mais de 300 anos seriam necessários até que alguns dos episódios que cercavam o descobrimento do Brasil pudessem começar a ser, eles próprios, redescobertos. O primeiro passo foi o ressurgimento da carta escrita por Pero Vaz de Caminha – que por quase três séculos estivera perdida em arquivos empoeirados. [...] O documento foi publicado pela primeira vez em 1817, pelo padre Aires do Casal, no livroCorografia Brazílica. Ainda assim, a versão lançada por Aires do Casal era deficiente e incompleta [...]. A “redescoberta” do Brasil teria que aguardar mais algumas décadas.
Não por coincidência, ela se iniciou no auge do Segundo Reinado. Foi nesse período cheio de glórias que o país, enriquecido pelo café, voltou os olhos para a própria história. Por determinação de D. Pedro II, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (fundado em 1838) foi incumbido de desvendar os mistérios que cercavam o descobrimento do Brasil. [...]
Ainda assim, a teoria da intencionalidade [...] e a tese da descoberta casual [...] não puderam, e talvez jamais possam, ser definitivamente comprovadas. Por mais profundas e detalhadas que sejam as análises feitas sobre os três únicos documentos originais relativos à viagem (as cartas de Pero Vaz de Caminha, do Mestre João e do “piloto anônimo”), elas não são suficientes para provar se o descobrimento de Cabral obedeceu a um plano preestabelecido ou se foi meramente casual


 5 – A palavra do Texto destacada em “[...] faz menção à tempestade que, segundo os cronistas reais, [...]” (2º §) pertence à mesma classe da que se destaca em:

(A) “[... ] a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso” (1º §).
(B) “A questão intrigante é que em nenhum momento [...]” (2º §)
(C) “[... ] parece revelar que tudo [...]” (3º §)
(D) “– que por quase três séculos [...]” (4º §)
(E) “A ‘redescoberta’ do Brasil teria que aguardar [...]”(4º §)


 UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA

Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em “muita quantidade”, balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-sebotelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas “que nascem pelos penedos do mar”. Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.
Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: “Terra à vista!”
Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que, havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama também avistara? De fato, em 22 de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano Atlântico, um dos tripulantes empunhou a pena para anotar em seu Diário: “Achamos muitas aves feitas como garções – e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas, como aves que iam para terra.”



 6 – No Texto, a palavra (ou expressão) que completa sintaticamente o verbo avistara no período “Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que havia menos de três anos ao navegar por águas destas latitudes o grande Vasco da Gama também avistara?” (3º §) é

(A) que
(B) águas
(C) as mesmas
(D) aquelas aves
(E) destas latitudes


 O texto a seguir é uma circular, datada de 1794, dirigida aos funcionários públicos da França, após a Revolução Francesa.

O funcionário público, acima de tudo, deve desfazer-se da roupagem antiga e abandonar a polidez forçada, tão inconsistente com a postura de homens livres, e que é uma relíquia do tempo em que alguns homens eram ministros e outros, seus escravos. Sabemos que as velhas formas de governo já desapareceram: devemos até esquecer como eram. As maneiras simples e naturais devem substituir a dignidade artificial que frequentemente constituía a única virtude de um chefe de departamento ou outro funcionário graduado. Decência e genuína seriedade são os requisitos exigidos de homens dedicados à coisa pública. A qualidade essencial do Homem na Natureza consiste em ficar de pé. O jargão ininteligível dos velhos ministérios deve dar lugar ao estilo claro, conciso, isento de expressões de servilismo, de formas obsequiosas, indiretas e pedantes, ou de qualquer insinuação no sentido de que existe autoridade superior à razão e à ordem estabelecida pelas leis – um estilo que adote atitude natural em relação às autoridades subalternas. Não deve haver frases convencionais, nem desperdício de palavras.



 7 – No segmento “...e que é...” (l. 3), o pronome relativo tem como referente:

A) “O funcionário público”
B) “tudo”
C) “polidez forçada”
D) “postura de homens livres”
E) “homens livres”



 8 – Relacione os vocábulos sublinhados com suas respectivas classes gramaticais.

1. “... filhos com até dois anos de idade...”
2. “... Os pais que acreditam...”
3. “... são muito importantes...”
4. “... algum tipo de conteúdo...”
5. “... pais disseram que seus filhos...”

( ) Pronome relativo.
( ) Advérbio.
( ) Pronome indefinido.
( ) Conjunção integrante.
( ) Preposição.

A sequência está correta em

A) 5, 3, 4, 1, 2
B) 4, 3, 1, 5, 2
C) 2, 3, 4, 5, 1
D) 2, 4, 3, 5, 1
E) 3, 1, 2, 5, 4

 
VISTA CANSADA

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admiraque o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas,
 bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.


 9 – “...que olhava cada coisa à sua volta...”
“...que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório.”
Quanto às classes de palavras, os elementos destacados nas passagens acima são, respectivamente:

(A) conjunção e pronome relativo
(B) pronome indefinido e conjunção
(C) pronome relativo e advérbio
(D) preposição e conjunção
(E) partícula de realce e preposição

  
 10 – No uso do pronome relativo, é necessário observar se há ou não necessidade de colocar-se antes dele uma preposição. Sob esse aspecto, está INCORRETA a frase:

(A) Foram apresentadas ideias com que simpatizamos.
(B) Temos orgulho dos valores por que lutamos.
(C) Nem todo brasileiro reage com a força que é capaz.
(D) Trata-se de um projeto que não conhecemos.







 Gabarito:

1 - D
2 - B
3 - D
4 - A
5 - D
6 - A
7 - C
8 - C
9 - A
10 - C

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