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3 de julho de 2014

Professores - exercícios de interpretação

(Insper/2011.2)   Texto para resolução das questões de número 1, 2 e 3.
  
  O novo estádio do Corinthians, em São Paulo, em tese destinado à abertura da Copa do Mundo de 2014, é por enquanto um rasgo de imaginação sobre um terreno baldio, mas já tem nome de guerra. O leitor adivinha qual é? Aí vai uma pista: o local escolhido é o bairro de Itaquera. Agora ficou fácil. O nome é Itaquerão, claro. Antes, os estádios precisavam ao menos ser construídos, para receber o enobrecimento do "ão" na última sílaba do apelido. Não mais. Não se sabe sequer quem vai pagar a conta do estádio, ou suposto estádio, do Corinthians, nem existe projeto definido. Mas o nome já lhe foi pespegado.
   (...) Quando, para os Jogos Pan-Americanos, em 2007, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Estádio João Havelange, que apelido ganhou? O leitor não adivinha? Pista: fica no bairro de Engenho de Dentro. Claro: é Engenhão. No caso do eventual e futuro estádio do Corinthians, o apelido de ltaquerão prova que o ão sobrevive mesmo à moda recente de chamar estádio de "arena" (Arena da Baixada. Arena Baruen). E no entanto ...
   No entanto, o inho é que melhor caracterizaria o brasileiro. Sérgio Buarque de Holanda escreveu, no clássico Raízes do Brasil (um pouco de erudição faz bem, especialmente ao amor, que se convence de estar falando coisa séria): "A terminação inho, aposta às palavras, serve para nos familiarizar mais com as pessoas ou os objetos e, ao mesmo tempo, para lhes dar relevo. É a maneira de fazê-los mais acessíveis aos sentidos e também de aproximá-los do coração". A passagem está no famoso capítulo do "homem cordial", isto é, o homem regido pelo coração, que sena o brasileiro. Somos o país do Joãozinho, do amorzinho e da "Dilminha" (como a trata a mãe da presidente, ela também chamada Dilma). Somos a terra do jeitinho, do favorzinho e do probleminha, invocados sobretudo quando o jeito é complicado, o favor é grande e o problema insolúvel. Por esse caminho, para melhor se aninhar no coração dos brasileiros, o Mineirão deveria ser Mineirinho, o Castelão, Castelinho e o Batistão, Batistinha. Ocorre que estádios pertencem a outra esfera. Não foram feitos para cativar, mas para impressionar. Não pedem carinho, mas reverência, a si mesmos e a seus criadores. Cumprem no Brasil o que há de mais próximo ao papel das catedrais e das pirâmides, em outras épocas e lugares. Mesmo no caso de uma entidade que é puro espírito, como o propalado estádio do Corinthians, o brasileiro é levado a considerar uma indelicadeza não chamá-lo de ão.
  (TOLEDO, Roberto Pompeu de."O fascínio do ão" , Veja , 09/03/2011.)


01) De acordo com o texto, é correto afirmar que

A) o emprego generalizado dos sufixos “-ão” e “-inho”, em diferentes palavras e situações, é um indicativo de que os brasileiros são passionais
B) o uso do “-ão” para apelidar estádios de futebol resulta exclusivamente da grandiosidade dos projetos e das construções.
C) ao mencionar o “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda, o autor mostra os traços de gentileza e polidez dos brasileiros.
D) os sufixos “-ão” e “-inho”, que se agregam a qualquer classe gramatical, denotam objetividade na expressão dos sentimentos.
E) é inadmissível adicionar o sufixo “-ão” para nomear um estádio que sequer começou a ser construído.


Resolução:

De um modo geral, o uso dos sufixos "inho; ão" em um texto tem caráter afetivo ou irônico, dependendo da intenção do autor que os utiliza.
Resp.: A

02) No contexto em que ocorre, o período “Somos a terra do jeitinho, do favorzinho e do probleminha, invocados sobretudo quando o jeito é complicado, o favor é grande e o problema insolúvel” constitui
A) um indício de irritação do autor contra a malandragem do brasileiro.
B) uma manifestação ingênua usada pelos falantes para indicar afeto a amigos.
C) uma espécie de eufemismo usado para driblar certas imposições e dificuldades.
D) uma forma de intensificar a ideia, sendo equivalente ao uso do superlativo.
E) um recurso poético que expressa uma contradição no emprego dos diminutivos.

Resolução:
Temos no trecho acima um caso de eufemismo, figura de linguagem em que se usa um termo mais suave em substituição a um mais rude. O uso de "jeitinho, favorzinho, probleminha" nos mostra essa ideia de amenização, característica do eufemismo.
Resp.: C

03) Em “... o Mineirão deveria ser Mineirinho, o Castelão, Castelinho e o Batistão, Batistinha.”, as duas últimas vírgulas são usadas para:
A) separarem termos que exercem diferentes funções sintáticas.
B) marcarem a presença da elipse da locução verbal “deveria ser”.
C) isolarem os apostos explicativos.
D) marcarem a inversão dos adjuntos adverbiais de lugar.
E) indicarem uma enumeração

Resolução:
As duas últimas vírgulas foram usadas para indicar a presença de uma elipse, da locução verbal deveria ser, para que a mesma não fique repetitiva no texto (o Castelão deveria ser Castelinho e o Batistão deveria ser Batistinha).
Resp.: B

04) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla sertaneja Antenor e Secundino, onde excursionaram pela Europa, que fizeram grande sucesso se divulgando a nossa música sertaneja.

Assinale a alternativa que reescreve o texto acima de acordo com a norma culta.

a) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,
que excursionou pela Europa, com grande sucesso na divulgação da nossa música sertaneja.
b) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,
onde excursionaram pela Europa, em que fizeram grande sucesso e divulgando a nossa música sertaneja.
c) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,
cujos excursionaram pela Europa e fizeram grande sucesso, onde divulgaram a nossa música sertaneja.
d) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, os quais excursionaram pela Europa com grande sucesso, se divulgando a nossa música sertaneja.
e) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, que excursionaram pela Europa, inclusive que fizeram grande sucesso, onde divulgou a nossa música sertaneja.

Leia os textos a seguir e responda as questões 05 a 08.


Nordeste 40 graus 1
A temporada de verão está levando ao Nordeste 42 vôos charter por semana vindos de catorze países. Fortaleza, Natal e Porto Seguro são os campeões da preferência. É um desempenho de dar água na boca: no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.

Nordeste 40 graus 2
Argentina e Portugal lideram a bem-vinda invasão, com quase a metade das linhas de charters. Até da República Checa, Bolívia e Guiana Francesa vem gente. Nenhum desses vôos é oriundo dos EUA. E, do jeito que estão as coisas, nem é bom tentar trazê-los...
(Veja, 14 jan. 2004, p. 35.)

05) Com base nos textos, assinale a alternativa correta:

a) O número de países que enviam vôos do tipo charter ao Nordeste brasileiro e que não foram identificados na reportagem é oito.
b) O número de vôos internacionais do tipo charter para o Nordeste brasileiro quase dobrou do verão de 2003 para o verão de 2004.
c) O número de vôos internacionais do tipo charter que chega a Porto Seguro é superior ao que chega a Salvador.
d) Os vôos norte-americanos do tipo charter contribuíram para o êxito do verão no Nordeste brasileiro.
e) Os vôos portugueses do tipo charter que chegam a Natal são em torno de vinte por semana.

06) Observe a frase retirada do texto “Nordeste 40 graus 2”: “Até da República Checa, Bolívia e Guiana Francesa vem gente.” Assinale a alternativa correta:

a) A frase revela o espírito de inclusão e confraternização com povos de culturas tão exóticas como os citados, saudados como novos integrantes da miscigenação cultural brasileira.
b) A frase revela um sentimento de incômodo e aversão ao estrangeiro, com a chegada maciça de turistas provenientes de países pouco civilizados.
c) A frase revela uma atitude preconceituosa em relação a países de pouca projeção econômica, pois a vinda de turistas de países com mais tradição turística como França e Alemanha não causaria estranhamento.
d) A frase revela uma estranheza diante da chegada de turistas pobres, reduzidos a um povo culturalmente desqualificado.
e) A frase revela uma surpresa com a vinda de turistas de países tão distantes geograficamente como os citados, enquanto Argentina e Portugal já oferecem visitantes próximos e previsíveis.

07) Observe as palavras: “países”, “preferência” e “água”. Assinale a alternativa correta quanto à acentuação destas palavras:

a) A primeira palavra é acentuada pelo mesmo motivo que “Croácia”.
b) A segunda palavra é acentuada pelo mesmo motivo que “vôos”.
c) A primeira palavra é acentuada porque se trata de paroxítona terminada em hiato.
d) A terceira palavra é acentuada porque apresenta um hiato.
e) As duas últimas palavras são acentuadas porque são paroxítonas terminadas em ditongo.
08) Observe a frase: “É um desempenho de dar água na boca: no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.” Assinale a alternativa que contém uma versão adequada desta frase, sem lhe alterar o sentido:

a) É um desempenho estimulante, pois, no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.
b) É um desempenho invejável o do verão passado: dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.
c) Foi um desempenho fascinante, no verão passado: somente dezoito vôos desse tipo chegavam à região.
d) No último verão, somente dezoito vôos desse tipo chegavam à região: foi um desempenho excitante.
e) No verão passado, houve um desempenho fantástico: somente dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.

09) Analise com atenção os comentários contidos nas opções e assinale aquele que contraria a compreensão do segmento a que se reporta.

Acordo para a morte.
Barbeio-me, visto-me, calço-me. (...)
Tudo funciona como sempre.
Saio para a rua. Vou morrer.
[Comentário contido na letra a]
Não morrerei agora. Um dia
inteiro se desata à minha frente. (...)
Visito o banco. (...)
Passo nos escritórios.(...)
Estou na cidade grande e sou um homem
na engrenagem. (...)
A fatura. A carta. Faço mil coisas
Que criarão outras mil, aqui, além, nos Estados Unidos.
[Comentário contido na letra b]
Tenho pressa. Compro um jornal. É pressa
embora vá morrer. (...)
Comprometo-me ao extremo, combino encontros
a que nunca irei, pronuncio palavras vãs,
minto dizendo: até amanhã. Pois não haverá.
[Comentário contido na letra c]
Subo uma escada. Curvo-me. Penetro
no interior da morte.
A morte dispôs poltronas para o conforto
de espera. Aqui se encontram
os que vão morrer e não sabem.
[Comentário contido na letra d]
(...)golpe vibrado no ar, lâmina de vento
no pescoço, raio
choque estrondo fulguração
rolamos pulverizados
caio verticalmente e me transformo em notícia.
[Comentário contido na letra e]
(Baseado em artigo de Roberto Pompeu de Toledo, Veja,17/03/200
a) O narrador do poema tem plena consciência de que vai morrer dali a pouco, e, no entanto, não deixa de cumprir os pequenos rituais da vida.
b) O narrador prossegue a seqüência de afazeres, como um ritual inexorável a ser cumprido.
c) Postergando compromissos, o narrador resolve apressar seu embarque para tornar menos dolorosa a angustiante espera do fim próximo.
d) Consciente de que a hora é chegada, o narrador entra no avião. Não há mais como retroceder do salto para a morte.
e) A teia de pequenos movimentos cotidianos pulveriza-se no ar e desfaz-se em tragédia.

Leia os itens seguintes, que formam um texto.

10) Marque o item que expressa o tema central desse texto.

a)  Se a data da Abolição marcará no Brasil o fim do predomínio agrário, o quadro político instituído no ano seguinte quer responder à conveniência de uma forma adequada à nova composição social.
b)  Existe um elo secreto estabelecendo entre esses dois acontecimentos e numerosos outros uma revolução lenta, mas segura e concertada, a única que, rigorosamente, temos experimentado em toda a nossa vida nacional.
c)  Processa-se, é certo, sem o grande alarde de algumas convulsões de superfície, que os historiadores exageram freqüentemente em seu zelo, minucioso e fácil, de compendiar as transformações exteriores da existência dos povos.
d)  Perto dessa revolução, a maioria de nossas agitações do período republicano, como as suas similares das nações da América espanhola, parecem desvios na trajetória da vida política legal do Estado comparáveis a essas antigas “revoluções palacianas”,
e)  Tão familiares aos conhecedores da história européia.
(Sérgio Buarque de Holanda)

11) (AFTN) Indique a ordem em que os períodos devem-se organizar no texto, de modo a preservar-lhe a coesão e coerência:

1. O País não é um velho senhor desencantado com a vida que trata de acomodar-se.
2. O Brasil tem memória curta.
3. É mais como um desses milhões de jovens mal-nascidos, cujo único dote é um ego dominante e predador, que o impele para frente e para cima, impedindo que a miséria onde nasceu e cresceu lhe sirva de freio.
4. “Não me lembro”, responde, “faz muito tempo”.
5. Lembra a personagem de Humphrey Bogart em Casablanca, quando lhe perguntaram o que fizera na noite anterior.
6. Mas esta memória curta, de que políticos e jornalistas reclamam tanto, não é, como no caso de Bogart, uma tentativa de esquecer os lances mais penosos de seu passado, um conjunto de desilusões e perdas que leva ao cinismo e à indiferença. (Baseado em texto de José Onofre)

a) 1, 2, 6, 5, 4, 3                     d) 1, 5, 4, 6, 3, 2

b) 2, 5, 4, 6, 3, 1                       e) 2, 5, 4, 1, 6, 3

12) (AFTN) Marque, entre as opções propostas, aquela que não contém, ainda que parcialmente, as mesmas idéias expressas no texto abaixo:

“A reificação do escravo produzia-se objetiva e subjetivamente. Por um lado, tornava-se uma peça cuja necessidade social era criada e regulada pelo mecanismo econômico de produção. Por outro lado, o escravo auto-representava-se e era representado pelos homens livres como um ser incapaz de ação autonômica.” (F.H. Cardoso. Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, Rio, Paz e Terra, 1977)

A. “Do ponto de vista jurídico é óbvio que, no sul como no resto do país, o escravo era uma coisa, sujeita ao poder e à propriedade de outrem…”.
B. “… o escravo não encontra a condição de pessoa humana objetivada no respeito e nas expectativas formadas em torno de si pelos homens livres, pelos senhores”.
C. “A liberdade desejada e impossível apresentava-se, pois, como mera necessidade subjetiva da afirmação, que não encontrava condições para realizar-se concretamente”.
D. “… o escravo se apresentava, enquanto ser humano tornado coisa, como alguém que, embora fosse capaz de empreender ações com “sentido”, pois eram ações humanas, exprimia, na própria consciência e nos atos que praticava, orientações sociais impostas pelos senhores”.
E. “… a consciência do escravo apenas registrava e espelhava, passivamente, os significados sociais que lhe eram impostos”.

(CEETEPS) Texto para as questões 13 a 19:
O HOMEM ENERGÉTICO
Imagine uma cidade antiga, sem energia elétrica. Vamos passear por ela, à noite. As ruas completamente escuras. Com um pouco de sorte, poderá haver um luar agradável, permitindo enxergar o contorno das casas e a torre da igreja.
Na sala de uma casa qualquer, após o jantar, um grande lampião de gasolina ilumina todo o ambiente. Produz uma luz intensa, muito branca, por causa de uma pequena rede de titânio que envolve a chama. Esta, aquecida, emite uma luz muito mais forte e clara que a chama tremeluzente amarelo-avermelhada de um simples lampião de querosene ou de uma lamparina.
Nessa sala, cada membro da família se entrega a um passatempo favorito: tricô, vitrola de corda, jogo de cartas, leitura. Não existe televisão, rádio, videofilmes ou outros passatempos eletrônicos. Tampouco a enorme variedade de eletrodomésticos que substituem o esforço físico na realização dos trabalhos de rotina.
Sem muito que fazer, dormem demasiado cedo. A falta de luz castiga a vista; é grande o consumo de querosene, de gasolina e de velas. Toda atividade é penosa. Durante a noite, fica acesa apenas uma ou outra lamparina. O silêncio é completo. Não existem buzinas nem roncos de motores acelerados. Ouve-se apenas o ruído compassado dos cascos ferrados de cavalos batendo nas pedras do calçamento.
Parece uma cidade fictícia, mas não é. É São Paulo do século passado. O Brasil teve sua primeira usina hidrelétrica em 1889. Em 1900, quando começaram os bondes elétricos, em São Paulo já existia gerador a vapor. Próximo de 1930, era, preponderantemente, a gás a iluminação das ruas. Nas casas, a eletricidade era empregada apenas para acender umas poucas lâmpadas.
Como as locomotivas, as máquinas industriais eram movidas, principalmente, a vapor obtido de grandes caldeiras aquecidas pela queima de carvão inglês. De manhã, ouviam-se os apitos emitidos pelas caldeiras das fábricas, anunciando a hora da entrada para o trabalho. À tarde, os acendedores de lampiões, funcionários públicos, acendiam os postes de iluminação da cidade.
Para uma pessoa nascida no final deste século, é difícil sequer imaginar a vida na cidade sem eletricidade. Quase não se vê uma casa, modesta que seja, sem ter sobre o telhado, uma arborescente antena de televisão e, na cozinha, pelo menos um liquidificador. É o progresso, dizemos. Sem energia, não há civilização, não há desenvolvimento!
O controle de várias formas de energia deu ao homem um enorme poder sobre a natureza – de construir ou destruir. O progresso dos últimos cem anos foi superior ao que aconteceu nos cinqüenta séculos da conhecida história da humanidade.
Esse progresso mecânico, porém, baseados apenas no domínio da energia, pode ser sempre considerado benéfico à espécie humana? Foi o resultado do real aumento da inteligência ou da capacidade de compreensão humana? Não poderá o emprego das diversas fontes de energia, em larga escala, gerar algum prejuízo, alguma conseqüência negativa para a própria natureza?
(Adaptado de BRANCO, Samuel Murgel. Energia e Meio Ambiente. São Paulo. Moderna, 1991, Coleção Polêmica)
13. De acordo com o texto, pode-se afirmar que:
a) o progresso só traz conseqüências benéficas à humanidade.
b) a tecnologia, ao lado bem, pode trazer o mal.
c) o homem possui inteligência para somente produzir o bem.
d) as técnicas humanas nem sempre são bem entendidas por todos.
e) jamais o homem, usando a eletricidade, proporcionará apenas o bem.
14. O texto afirma que:
A. com o progresso, a cidade de São Paulo, não mais viveu na escuridão.
B. uma cidade sem eletricidade não proporciona o conforto de hoje.
C. um paulistano de hoje, nem imagina sua cidade sem eletricidade.
D. a energia elétrica resolveu todos os problemas dos paulistanos.
E. as fontes de energia são a salvação do homem de hoje.
15. Pelo texto, pode-se concluir, unicamente, com certeza, que:
a) a história da humanidade é conhecida há pelo menos 5000 anos.
b) a eletricidade apenas foi conhecida no final do século XX.
c) o homem não consegue viver sem as fontes de energia elétrica.
d) sem energia elétrica, não há progresso humano.
e) as antenas de TV indicam progresso em benefício da humanidade.
16. Na antiga cidade de São Paulo, antes da chegada da energia elétrica, vivia-se, segundo o texto:
a) com mais intensidade familiar, no ambiente doméstico.
b) com problemas de visão, decorrentes da falta de luminosidade.
c) sem ilusão e fantasia, porque não havia videofilmes.
d) sem fraternidades, porque cada família se fechava em si mesma.
e) com problemas de comunicação, pois as antenas eram precárias.
17. De acordo com o texto, é válido afirmar que, na antiga São Paulo:
a) os eletrodomésticos substituíam o esforço físico.
b) à noite, pela falta de luz elétrica, nada se podia ver ou enxergar.
c) apenas o querosene iluminava as casas de seus habitantes.
d) a luz proveniente da queima do querosene era a mais forte de todas.
e) por não existir muita atividade à noite, dormiam cedo.
18. Os bondes elétricos começaram a transitar em São Paulo:
a) na terceira década deste século.
b) no ano em que surgiu, em São Paulo, a primeira usina hidrelétrica.
c) no ano em que foi descoberta a energia elétrica.
d) após a iluminação das ruas com a energia elétrica.
e) no último ano do século XIX.
19. De acordo com o autor, com o controle de várias formas de energia, o homem sentiu-se de posse de enorme poder que permite:
a) dominar o mundo.
b) propiciar a toda humanidade mais conforto e progresso.
c) iluminar as cidades e mover as fábricas e veículos.
d) construir e destruir.
e) atuar na sociedade, diminuindo a distância entre as classes.
20. (TRE-RO) Texto para as questões 20 a 22:

João Soares estava com a razão: política só se ganha com muito dinheiro. A começar pelo alistamento, que é trabalhoso e caro: tem-se de ir atrás de eleitor por eleitor, convencê-los a se alistarem, e ensinar tudo, até a copiar o requerimento. Cabo de enxada engrossa as mãos – e o sedenho das rédeas, o laço de couro cru, machado e foice também. Caneta e lápis são ferramentas muito delicadas. A lida é outra: labuta pesada, de sol a sol, nos campos e nos currais. E quem perdeu tempo com leitura e escrita, em menino, acaba logo esquecendo-se do pouco que aprendeu. Ler o quê? Escrever o quê? Mas agora é preciso: a eleição vem aí, e o título de eleitor rende a estima do patrão, a gente vira pessoa. Acontece, também, que Pé-de-Meia não quer saber de histórias: é cabo eleitoral alistador de gente, pago por cabeça, e tem de mostrar serviço. Primeiro, a conversa pacienciosa, amaciando o terreno; a luta, depois: “- Minha vista anda que é uma barbaridade. E de uns tempos para cá, apanhei uma tremedeira que a mão não me pára mais quieta… “O novato sua, desiste:” – Vai não, Pé-de-Meia.” Mas o cabo é jeitoso: não força, não insiste – espera. Tempo só de passar a gastura que a caneta sempre dá no principiante. Tão fácil… – o requerimento já está pronto, rascunhado no papel almaço a lápis fininho, macio de apagar: “João Francisco de Oliveira, abaixo assinado, brasileiro, residente … “Qual … minha vista não presta mesmo mais não. Besteira teimar … “Pé-de-Meia não deixa afrouxar o embalo: “- Me dá licença, seu João.” E pega no mãozão cascudo, pesado tal um caminhão de tora. Vai choferando a bicha, para cima e para baixo, caminhando com ela por sobre o papel; o rastro fica: primeiro, a foice espigada do jota; depois, a laçada bamba do ó; em seguida, mais duas voltas grandes, repassadas e atreladas uma à outra. Aos poucos João Francisco aprende a relaxar a mão, descobre que não carece de fazer tanta força, já não molha de suor o papel. Animal bom de sela, agora, maneiro de queixo e ligeiro de rédea, a mão passeia pela dúzia e tanto dos trechos alinhados, um sob o outro, no comprido requerimento.
Quando o caboclo é ruim de ensino, Pé-de-meia é quem enche todo o papel, borrando-o de propósito, errando de velhaco, completando um perfeito e indiscutível requerimento de eleitor da roça. Mas, quando o cujo é jeitoso de moda do João Francisco, Pé-de-Meia prefere carregar-lhe a mão durante o serviço todo – do “Exmo. Sr. Doutor Juiz de Direito” até o “P.D.” que precede a assinatura (…) “- Pois está ficando um serviço de gente, Seu João. O senhor até que tem jeito – um letraço!
(Mário Palmério – Vila dos Confins – Adaptado)
20. O texto põe em evidência a(s):
a) obrigatoriedade do voto
b) elegibilidade do voto
c) preparação do eleitor
d) resistência do eleitor ao processo eleitoral
e) sanções estabelecidas pela justiça eleitoral
21. A remuneração do cabo eleitoral depende da(o):
a) sua produtividade no trabalho
b) vitória do candidato
c) generosidade do eleito
d) capacidade de aprendizagem do caboclo
e) prestígio político do candidato
22. (…) “borrando-o de propósito, errando de velhaco” (l. 28). O objetivo de Pé-de-Meia era:
a) invalidar de vez o requerimento
b) forjar a autenticidade do documento
c) menosprezar a capacidade do eleitor
d) dificultar o alistamento do eleitor
e) facilitar a identificação do documento
23. (FUVEST) “O Ministério da Fazenda descobriu uma nova esperteza no Instituto de Resseguros do Brasil. O Instituto alardeou um lucro no primeiro semestre de 3,1 bilhões de cruzeiros, que esconde na verdade um prejuízo de 2 bi. Brasil, Cuba e Costa Rica são os três únicos países cujas empresas de resseguros são estatais.( Veja, 1/9/93, pág. 31)
Conclui-se do texto que seu autor:
A. acredita que a esperteza do Instituto de Resseguros gerou lucro e não prejuízo.
B. dá como certo que o prejuízo do Instituto é maior do que o lucro alardeado.
C. julga que o Instituto de Resseguros agiu de boa fé.
D. dá a entender que é contrário ao fato de o Instituto de Resseguros ser estatal.
E. tem informação de que em Cuba e na Costa Rica os Institutos de Resseguros camuflam seus prejuízos.
 O GRANDE AMOR.
Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Haja o que houver

Há sempre um homem para uma mulher

E há de sempre haver

Para esquecer um falso amor

E uma vontade de morrer
Seja como for
Há de vencer o grande amor
Que há de ser no coração
Como um perdão para quem chorou.



24. Sobre o texto acima, é correto afirmar que:

a) possui interdependência entre elementos argumentativos e descritivos, os quais são transformados em poesia.

b) narra, poeticamente, a história de um personagem que conseguiu esquecer um falso amor quando encontrou um grande amor.

c) apresenta um narrador que expõe seu ponto de vista sobre o relacionamento amoroso, usando o procedimento de auto-referência.

d) expressa a ideia, por meio de elementos discursivos, arranjados numa linguagem poética-argumentativa, de que o verdadeiro amor sempre vence.



TEXTO.



Oh! Que saudades

Do luar da minha terra

Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Este luar cá de cidade
Tão escuro não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão!

25. Os versos acima ilustram características do Arcadismo:

a) exaltação à natureza da terra natal.
b) declarada contenção dos sentimentos.
c) expressão de sentimentos universais.
d) volta ao passado para escapar das agruras do presente.
e) oposição entre o campo e a cidade.

TEXTO.


No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.



"Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para fins secretos da criação."



26. A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:

a) ...o autor sobredoura a realidade e fecha oa solhos às sardas e espinhas...
b) ...era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos...
e) ...o indivíduo passa a outro indivíduo, para fins secretos da criação.

TEXTO: 1 - Comum à questão: 27

Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. E estava muito nervosa; (...) Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho de prazer. - Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo - a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que Basílio! Como seria? Conhecia o gosto de Basílio, - e o Paraíso decerto era como nos romances de Paulo Féval.
A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e salobro enojou-a .
Eça de Queirós – O primo Basílio

 (MACK SP)
Assinale a alternativa correta sobre o texto.
a)         O narrador de primeira pessoa confunde-se, no discurso indireto, com a personagem, configurando um quadro com fortes marcas de subjetividade.
b)         O narrador-observador interrompe o fluxo dissertativo para tecer comentários críticos a respeito do caráter da personagem.
c)         A linguagem do texto, marcada pela recorrência de exclamações, revela o envolvimento emotivo do narrador-personagem com o fato narrado.
d)         O narrador onisciente, por meio do discurso indireto livre, revela os desejos e as inquietações que povoam o imaginário da personagem.
e)         O predomínio do discurso direto é estratégia do narrador-observador para que o leitor conheça os devaneios amorosos da personagem.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 28

O texto a seguir foi retirado do jornal Zero Hora – edição do dia 13 de setembro de 2008.

Corpo, doença, cultura

O corpo é um dos meios através dos quais nossa cultura se manifesta. Roupas, alimentos, gestos, rituais no lazer e no trabalho, se expressam na superfície simbólica de nosso corpo, onde também as regras, as hierarquias, as ideologias e as crenças estão inscritas. O corpo, pois, tem sua linguagem e se constitui numa metáfora da cultura na qual vivemos.
Mas ele não é somente um texto da cultura, é também objeto de controle social.

Rotinas e regras convertidas em atividades habituais constroem nosso corpo e, reflexamente, o robotizam. Quais dóceis cães pavlovianos, reagimos sempre da mesma maneira diante dos mesmos estímulos.

Por meio da organização e regulação do tempo, espaço e da vida diária, somos treinados, modelados e marcados para desempenhar um papel conforme o momento histórico em que vivemos.

Especialmente com as mulheres, sempre foram dispensados mais tempo e cuidados no manejo de seus corpos, os quais, disciplinados e normatizados, tornaram–se presa fácil de uma estratégia de controle social. Nos tempos atuais, de um narcisismo exacerbado e de uma cultura de imagens, a obsessiva preocupação com a aparência física afeta mais fortemente o sexo feminino, acentua e mantém o domínio falocrático e cristaliza as relações de poder entre os sexos.

Mas, assim como o corpo, também as doenças têm sua história. Influenciadas pelos modismos, são intensamente medicalizadas pelos progressos técnicos e comerciais da indústria farmacêutica, alterados seus diagnóstico e a terapêutica. Novas patologias foram criadas, sendo, algumas, puras elucubrações, elaboradas com propósitos diversos que não médicos. E, novamente, as mulheres são as mais envolvidas.

Como a bruxaria e as possessões demoníacas na Idade Média, a neurastenia e a histeria no século 19, em nosso século, a adolescência, a gestação, a menstruação, a menopausa, foram “adoecidas” e, portanto, tornaram-se passíveis de “tratamentos”.
Assim, vemos que, no passado como no presente, o “corpo sofredor” da mulher se inscreve numa construção ideológica da feminilidade, característica de cada período histórico. Portanto não apenas a ética social, a aparência física, a sexualidade, o vestuário, a alimentação, são política e ideologicamente conceitualizadas, mas as doenças e seus enfoques terapêuticos também o são.

 A busca intensa de uma imagem corporal estereotipada e da perene juventude atormenta mais as mulheres. E esses objetivos femininos são estabelecidos por especialistas que muscularizaram e masculinizaram o corpo feminino a tal ponto, que até os suaves e arredondados perfis corporais e certas manifestações fisiológicas próprias do gênero foram incluídas na lista de patologias.

As mulheres são as maiores consumidoras de produtos dietéticos e medicamentos, freqüentadoras de spas e academias de ginástica, objetos de técnicas e experiências de contracepção, de esterilização, de cirurgias plásticas e outras. Às quais, docilmente, se submetem.
Talvez não seja este o caminho para a autonomia feminina. Pois remodelar o corpo segundo padrões e desejos androcráticos não possibilita acesso ao poder e aos privilégios masculinos. Desejar sentir-se autônoma e livre, submetendo corpo e alma às escravizantes práticas corporais e sociais, resulta em servidão, não em rebelião e transformação de uma cultura que sempre tratou a mulher como um mero pássaro cativo e decorativo.
Franklin Cunha (Adapt.)

29) (UNIFOR CE)

Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose. Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez, até no erotismo. Tradutor de autores como Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada. Descrever seu retrato em palavras é uma tarefa impossível, depois que ele mesmo já o fez tão bem em versos.
Revista Língua Portuguesa, nº 40, fev. 2009.

A coesão do texto é construída principalmente a partir do(a)

a)  repetição de palavras e expressões que entrelaçam as informações apresentadas no texto;
b)  substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e “morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”;
c)  emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos: “sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”;
d)  emprego de diversas conjunções subordinativas que articulam as orações e períodos que compõem o texto;
e)  emprego de expressões que indicam sequência, progressividade, como “iminência”, “sempre”, “depois”.

30) (UFPR)

Os economistas são entendidos em mercado financeiro.
Os economistas descreveram os efeitos dos juros.
Os juros são altos.
Todos os efeitos são arrasadores.

Assinale a alternativa em que as informações acima foram reunidas adequadamente e sem ambiguidade.

a)  Os economistas que são entendidos em mercado financeiro descreveram os efeitos dos juros altos, que são arrasadores.
b)  Os economistas entendidos em mercado financeiro descreveram os efeitos que são arrasadores dos altos juros.
c)  Entendidos em mercado financeiro, os economistas descreveram os efeitos dos altos juros que são arrasadores.
d)  Em relação aos juros altos, os economistas, entendidos em mercado financeiros, descreveram os efeitos que são arrasadores.
e)  Os economistas, que são entendidos em mercado financeiro, descreveram os efeitos, arrasadores, dos juros, que são altos.

31) Marque a alternativa correta, segundo o texto

O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.

a) O avanço do conhecimento sempre será por um processo linear, do contrário não será avanço.

Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos episódios mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a pior mancha na história da medicina.

b) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior mancha na história da medicina.

c) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade preponderava no cientificismo.

Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena, constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras.

Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias. Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e morreu. Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à manipulação de tecidos nas aulas de anatomia.

Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as pias - atribuídas à superstição -, arrancadas.

d) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de contágio.

Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo.

e) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da inveja comum ao meio.

Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia crendice.

(Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição. Folha de S. Paulo, São Paulo 30 abril de 1998.)

Vocabulário

Inexorável - inabalável - inflexível
Lúgubre - triste - sombrio - sinistro
Estapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo -
Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de fazer algo para impedir o esclarecimento das massas

Texto para as questões 32 e 33
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.

32) Com base no texto, assinale a alternativa correta.

(A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada.

(B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta.

(C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal.

(D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta.

(E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande estupidez.

33) A partir da leitura do texto, é possível concluir que

(A) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano.

(B) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que não podia ser provada cientificamente.

(C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa do século passado.

(D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão.

(E) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição de sua descoberta.

34) Assinale a opção que apresenta a idéia principal do trecho abaixo.
Gente bem qualificada é um ativo com importância cada vez mais óbvia. Nestes primeiros anos do novo milênio, passados os solavancos provocados pelas reestruturações, fusões, aquisições, trocas de mão-deobra por tecnologias e com a estrada pavimentada pelas crescentes exportações de produtos nacionais "alimentos, bebidas, couros, têxteis, sucos, calçados e vestuário", a indústria brasileira de bens de consumo busca avidamente capitais humanos de alta qualidade para suas necessidades presentes e futuras. As empresas mais conscientes de que tais carências podem afetar a sustentação do crescimento acelerado do setor têm bastante claro que a gestão do capital humano, numa perspectiva temporal de longo prazo, é tão crítica para o êxito empresarial quanto dispor de fundos a custos competitivos, tecnologia avançada e clientes satisfeitos. Gente bem qualificada e motivada é um ativo cuja importância é cada vez mais óbvia para os que investem na indústria de bens de consumo e fator decisivo para se obter níveis de desempenho diferenciados. (Francisco I. Ropero Ramirez, Gazeta Mercantil, 22/6/2005)

A. No novo milênio, já passaram os solavancos provocados pelas reestruturações, fusões e aquisições.
B. No início deste milênio, houve troca de mão-de-obra por tecnologias, fator decisivo para a sustentação do crescimento das empresas.
C. As exportações de produtos nacionais "alimentos, bebidas, couros, têxteis, sucos, calçados e vestuário"– estão em franco crescimento.
D. No mundo empresarial, é importante dispor de fundos a custos competitivos, tecnologia avançada e clientes satisfeitos.
E. Gente bem qualificada e motivada, ativo cuja importância é óbvia, é fator decisivo para que sejam obtidos níveis de desempenho diferenciados.

35) Assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto abaixo.

 Infelizmente, há muitas pessoas que ingressam na política para facilitar seus negócios, defender interesses escusos ou mesmo obter imunidade parlamentar para encobrir delitos e crimes. Com meios suficientes para financiar as despesas da campanha eleitoral, essas pessoas, muitas vezes, conseguem êxito e não se submetem ao controle da disciplina partidária. Essas são as figuras que dão à política a conotação de atividade indigna, senão imoral. Dois outros fatores abrem campo para a corrupção: a facilidade para a criação de novos partidos e o excessivo número de cargos em comissão. A pulverização de partidos leva a recorrer-se à troca de votos por concessões e favorecimentos nem sempre de interesse coletivo. Já os quase 30 mil cargos preenchidos por nomeação política pouco contribuem para a coordenação das políticas públicas do governo, porque se tornam moeda de troca para a aglutinação partidária e a formação da base de apoio. Nosso atual sistema presidencial, de fato, foi concebido para atender aos anseios dos donos do poder e não para viabilizar políticas de bem-estar social. Urge, pois, uma reforma política radical conforme as exigências éticas de uma democracia, que inclui, além da representatividade política, o atendimento das demandas sociais e econômicas do povo.
(Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005)

A. Os cargos em comissão são preenchidos por nomeação, o que favorece a aglutinação partidária e a formação da base de apoio.
B. A pulverização de partidos permite a representação popular mais ampla e o atendimento aos interesses coletivos.
C. Há três fatores que favorecem a corrupção: pessoas que ingressam na política com interesses pessoais escusos, facilidade de criação de partidos e excessivo número de cargos em comissão.
D. O atual sistema presidencial foi idealizado para viabilizar políticas de bem-estar social e não para atender aos anseios dos donos do poder.
E. Uma reforma política radical deve ser postergada para que obedeça às exigências éticas de uma democracia.

36)

 

Assinale a opção correta com base no que se depreende do texto.

A. Na adolescência, o bispo de Hipona foi concupiscente.
B. O clamor de Santo Agostinho a Deus incluía o adiamento dos prazeres libidinosos.
C. A predisposição para o pagamento de altas taxas de juros é causa da urgência de se querer viver intensamente o momento presente.
D. A atitude tomada pelo filósofo católico, na adolescência, diferenciava-o dos demais homens e prenunciava a santificação futura.
E. O teólogo e filósofo do catolicismo contribuiu significativamente para a formulação do conceito das taxas de juros, ainda que fosse contrário à matéria.

37) Assinale em que ordem os seguintes fragmentos, adaptados de Roberto de Aguiar, Ética e Direitos Humanos, em Desafios Éticos, p.63-64, devem ser escritos de modo a compor um texto coeso e coerente.
I. Nesse quadro, alguns direitos humanos passam a ser paradigmáticos: o direito à liberdade, o direito à segurança pessoal, o direito a um julgamento justo, o direito à privacidade, à inviolabilidade do domicílio, à nacionalidade, à propriedade, à livre expressão do pensamento, entre outros.
II. Sua única missão era a de transformar o mundo por seu trabalho.
III. O homem do iluminismo era um desterrado. Ele já não tinha mais a segurança de um cosmos hierarquizado medieval, não possuía a segurança de Deus e era considerado como um átomo individual, que financiava a produção ou vendia sua força de trabalho.
IV. É a partir disso que a ciência passa a ter importância crescente, a fim de melhorar os processos produtivos, renovar a organização dos poderes e manter os trabalhadores com um mínimo de condições para produzir

A. I, IV, II, III
B. III, I, IV, II
C. IV, II, I, III
D. II, III, IV, I
E. III, II, I, IV

Texto para as questões 38 a 42
Segunda maior produtora mundial de embalagem longa  vida, a SIG Combibloc, principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do grupo, chegou ao país há dois anos disposta 5 a brigar com a líder global, Tetrapak, que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de atomatado Malloa, no Chile, e a 10 italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99)
38) Segundo o texto, a SIG Combibloc:
a) produz menos embalagem que a Tetrapak.
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul.
c) possui oito clientes no Brasil.
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil.
e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país.

39) Segundo o texto:
a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul.
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado.
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2o lugar mundial na produção de embalagem longa vida.
d) a Unilever é empresa chilena.
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo.

40) Os estudos apontam para o Sul porque:
a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida.
b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul.
c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v.
d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc.
e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora.

41) “...que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado.” (/. 5-6) Das alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original é:
a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado.
b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado.
c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados.
d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado.
e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado.

42) “...e apontam para o Sul do país...” O trecho destacado só não pode ser entendido, no texto, como:
a) e indicam o Sul do pai
b) e recomendam o Sul do país
c) e incluem o Sul do país
d) e aconselham o Sul do país
e) e sugerem o Sul do país

Texto para as questões 43 a 46
Você se lembra da Casas da Banha? Pois é, uma pesquisa mostra que mais de 60% dos cariocas ainda se recordam daquela que foi uma das maiores redes de supermercados do país, com 224 lojas e 20.000 funcionários, desaparecida no início dos anos 90. Por isso, seus antigos 5 donos, a família Velloso, decidiram ressuscitá-la. Desta vez, porém, apenas virtualmente. Os Velloso fizeram um acordo com a GW.Commerce, de Belo Horizonte, empresa que desenvolve programas para supermercados virtuais. Em troca de uma remuneração sobre o faturamento, A GW gerenciará as vendas para a família Velloso. A família cuidará apenas das 10 compras e das entregas. (José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
43) Segundo o texto, a família Velloso resolveu ressuscitar as Casas da
Banha porque:
a) a rede teve 224 lojas e 20.000 funcionários.
b) a rede foi desativada no início dos anos 90.
c) uma empresa do ramo de programas para supermercados propôs um acordo
vantajoso, em que a rede só entraria com as compras e as entregas.
d) mais da metade dos cariocas não esqueceram as Casas da Banha.
e) a rede funcionará apenas virtualmente.

44) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é:
a) Você (/. 1) . ,.. .
b) desaparecida (/. 4) 
c) Por isso (/. 4)
d) Desta vez (/. 5)
e) acordo {l. 6)

45) “Desta vez, porém, apenas virtualmente.”
Com a passagem destacada acima, entende-se que as Casas da Banha:
a) funcionarão virtualmente, ou seja, sem fins lucrativos.
b) não venderão produtos de supermercado.
c) estão associando-se a uma empresa de informática.
d) estão mudando de ramo.
e) não venderão mais seus produtos em lojas.

46) O pronome “Ia” (/. 5) não pode ser, semanticamente, associado a:
a) Casas da Banha (/. 1)
b) pesquisa (/. 1)
c) daquela (/. 2)
d) uma (/. 3)
e) desaparecida (/. 4) 

Texto para as questões 47 a 53
Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não conseguiram as bandeiras realizar jamais a façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro. Enquanto que aquelas, no desbravar, sacrificavam indígenas aos milhares, despovoando  sem  fixarem-se,  estes  foram 5 pontilhando de currais os desertos trilhados, catequizando o nativo para seus misteres, detendo-se, enraizando-se. No primeiro caso era o ir e voltar; no segundo, era o ir-e-ficar. E assim foi o curral precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e o lavrador, realizando uma obra de conquista dos altos sertões, exclusive a pioneira. (José Alípio Goulart, in Brasil do Boi)
47) Segundo o texto:
a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo vaqueiro.
b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram.
c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos.
d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras abriram o caminho.
e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram fazer.

48) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que:
a) desbravaram
b) mataram
c) catequizaram
d) despovoaram
e) não se fixaram

49) Os índios foram:
a) maltratados
b) aviltados
c) expulsos
d) presos
e) massacrados

50) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e o
boi e o vaqueiro é:
a) aquelas (/. 3) / estes (/. 4)
b) ir-e-voltar (/. 6/7) / ir-e-ficar (/. 7)
c) no primeiro caso (/. 6) / no segundo (/. 7)
d) enquanto (/. 3) / e assim [1.7)
e) despovoando (/. 4) / pontilhando (/. 5)

51) “...catequizando o nativo para seus misteres...” Das alterações feitas na
passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é:
a) doutrinando o indígena para seus misteres
b) catequizando o aborigine para suas atividades
c) evangelizando o nativo para seus ofícios
d) doutrinando o nativo para seus cuidados
e) catequizando o autóctone para suas tarefas

52) O elemento conector que pode substituir a preposição com (/. 1),
mantendo o sentido e a coesão textual, é:
a) mesmo
b) não obstante
c) de
d) a respeito de
e) graças a

53) “...o aparato de suas hordas guerreiras...” sugere que as conquistas dos
bandeirantes ocorreram com:
a) organização e violência
b) rapidez e violência
c) técnica e profundidade
d) premeditação e segurança
e) demonstrações de racismo e violência
Leia o texto para responder às próximas três questões

Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.

(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)


54) (TJ/SP – 2010 – VUNESP) De acordo com o texto, os candidatos

(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.
(C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
(D) tinham perfeito autocontrole.
(E) ficavam em fila, esperando a vez.


55) (TJ/SP – 2010 – VUNESP)  O autor entende que os candidatos deveriam

(A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
(C) não ter treinamento escolar.
(D) refletir sobre o vazio.
(E) ter mais equilíbrio.


56) (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-se a

(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.

Leia o texto para responder às próximas 4 questões.

Os eletrônicos “verdes”

Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: tratase do Eco Book que exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pesquisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Comunidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” também conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável.
O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preocupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se coloque a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em grandes empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora.

(Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado)


57) (CREMESP – 2011 - VUNESP) Leia o trecho: Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental.  É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpretada como

(A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um novo celular com fibra de bambu.
(B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
(C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
(D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner Group para criar celulares sem o uso de carbono.
(E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos que não agridam o meio ambiente.


58) (CREMESP – 2011 - VUNESP) Em – Computadores “limpos” fazem uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:

(A) com material reciclado.
(B) feitos com garrafas plásticas.
(C) com arquivos de bambu.
(D) feitos com materiais retirados da natureza.
(E) com teclado feito de alumínio.


59) (CREMESP – 2011 - VUNESP) A partir da leitura do texto, pode-se concluir que

(A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial.
(B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com que são feitos.
(C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade.
(E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas assegurado.


60) (CREMESP – 2011 - VUNESP) O presidente da Apple, Steve Jobs,

(A) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrônicos.
(B) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops.
(C) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não duram muito.
(D) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de carbono no meio ambiente.
(E) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais recicláveis em eletrônicos.

Texto para as questões 61 a 64    (ITA-2012)

     Gosto de olhar as capas das revistas populares no supermercado nestes tempos de corrida do ouro da classe C. A classe C é uma versão sem neve e de biquíni do Yukon do tio Patinhas quando jovem pato. Lembro do futuro milionário disneyano enfrentando a nevasca para obter suas primeiras patacas. Era preciso conquistar aquele território com a mesma sofreguidão com que se busca, agora, fincar a bandeira do consumo no seio dos emergentes brasileiros.
        Em termos jornalísticos, é sempre aquela concepção de não oferecer o biscoito fino para a massa. É preciso dar o que a classe C quer ler – ou o que se convencionou a pensar que ela quer ler. Daí as políticas de didatismo nas redações, com o objetivo de deixar o texto mastigado para o leitor e tornar estanque a informação dada ali. Como se não fosse interessante que, ao não compreender algo, ele fosse beber em outras fontes. Hoje, com a Internet, é facílimo, está ao alcance da vista de quase todo mundo.
       Outro aspecto é seguir ao pé da letra o que dizem as pesquisas na hora de confeccionar uma revista popular. Tomemos como exemplo a pesquisa feita por uma grande editora sobre “a mulher da classe C” ou “nova classe média”. Lá, ficamos sabendo que: a mulher da classe C vai consumir cada vez mais artigos de decoração e vai investir na reforma de casa; que ela gasta muito com beleza, sobretudo o cabelo; que está preocupada com a alimentação; e que quer ascender social e profissionalmente. É com base nestes números que a editora oferece o produto – a revista – ao mercado de anunciantes. Normal.
        Mas no que se transformam, para o leitor, estes dados? Preocupação com alimentação? Dietas amalucadas? A principal chamada de capa destas revistas é alguma coisa esdrúxula como: “perdi 30 kg com fibras naturais”, “sequei 22 quilos com cápsulas de centelha asiática”, “emagreci 27 kg com florais de Bach e colágeno”, “fiquei magra com a dieta da aveia” ou “perdi 20 quilos só comendo linhaça”. Pelo amor de Deus, quem é que vai passar o dia comendo linhaça? Estão confundindo a classe C com passarinho, só pode.
         Quer reformar a casa? Nada de dicas de decoração baratas e de bom gosto. O objetivo é ensinar como tomar empréstimo e comprar móveis em parcelas. Ou então alguma coisa “criativa” que ninguém vai fazer, tipo uma parede toda de filtros de café usados. Juro que li isso. A parte de ascensão profissional vem em matérias como “fiquei famosa vendendo bombons de chocolate feitos em casa” ou “lucro 2500 reais por mês com meus doces”. Falar das possibilidades de voltar a estudar, de ter uma carreira ou se especializar para ser promovido no trabalho? Nada. Dicas culturais de leitura, filmes, música, então, nem pensar.
        Cada vez que vejo pesquisas dizendo que a mídia impressa está em baixa penso nestas revistas. A internet oferece grátis à classe C um cardápio ainda pobre, mas bem mais farto. Será que a nova classe média quer realmente ler estas revistas? A vendagem delas é razoável, mas nada impressionante. São todas inspiradas nas revistas populares inglesas, cuja campeã é a “Take a Break”. A fórmula é a mesmade uma “Sou + Eu”: dietas, histórias reais de sucesso ou escabrosas e distribuição de prêmios. Além deste tipo de abordagem também fazem sucesso as publicações de fofocas de celebridades ou sobre programas de TV –aqui, as novelas.
      Sei que deve ser utopia, mas gostaria de ver publicações para a classe C que ensinassem as pessoas a se alimentar melhor, que mostrassem como a obesidade anda perigosa no Brasil porque se come mal. Atacando, inclusive, refrigerantes, redes de fast food e guloseimas, sem se preocupar em perder anunciantes. Que priorizassem não as dietas, mas a educação alimentar e a importância de fazer exercícios e de levar uma vida saudável.           Gostaria de ver reportagens ensinando as mulheres da classe C a se sentirem bem com seu próprio cabelo, muitas vezes cacheado, em vez de simplesmente copiarem as famosas. Que mostrassem como é possível se vestir bem gastando pouco, sem se importar com marcas.
        Gostaria de ler reportagens nas revistas para a classe C alertando os pais para que vejam menos televisão e convivam mais com os filhos. Que falassem da necessidade de tirar as crianças do computador e de levá-las para passear ao ar livre. Que tivessem dicas de livros, notícias sobre o mundo, ciências, artes –é possível transformar tudo isso em informação acessível e não apenas para conhecedores, como se a cultura fosse patrimônio das classes A e B. Gostaria, enfim, de ver revistas populares que fossem feitas para ler de verdade, e que fizessem refletir. Mas a quem interessa que a classe C tenha suas próprias ideias? (Cynara Menezes, 15/07/2011, em: http://www.cartacapital.com.br/politica/o-que-quer-a-classe-c)

61) Embora todas as opções estejam respaldadas no texto, a crítica mais abrangente da autora às revistas dirigidas às mulheres da classe C deve-se ao fato de tais revistas

A) ( ) sugerirem dietas amalucadas.
B) ( ) fornecerem soluções equivocadas para os anseios das mulheres da classe C.
C) ( ) levarem muito a sério as pesquisas sobre as mulheres da classe C.
D) ( ) sugerirem às possíveis leitoras terem seus próprios negócios.
E) ( ) terem como principal preocupação o consumo.

62) Para a autora, um bom texto é aquele que

I. explicita ao máximo as informações para o leitor.
II. leva o leitor a procurar outras fontes de informação.
III. possibilita a reflexão do leitor.
IV. necessita de pouco tempo para ser lido e compreendido.

Está correto o que se afirma apenas em

A) ( ) I e II.   B) ( ) I e III.     C) ( ) II e III.     D) ( ) II e IV.      E) ( ) III e IV.

63) Das opções abaixo, a única que NÃO apresenta linguagem informal é

A) ( ) Hoje, com a Internet, é facílimo, está ao alcance da vista de quase todo mundo. (linha 12)
B) ( ) [...] a editora oferece o produto – a revista – ao mercado de anunciantes. Normal. (linha 16)
C) ( ) Estão confundindo a classe C com passarinho, só pode. (linha 21)
D) ( ) [...] tipo uma parede toda de filtros de café usados. [...]. (linhas 23 e 24)
E) ( ) Dicas culturais de leitura, filmes, música, então, nem pensar. (linha 27)

64) Considere as seguintes afirmações relativas a aspectos sintático-semânticos do texto

I. A chamada “perdi 20 quilos só comendo linhaça” foi interpretada como “perdi 20 quilos comendo só linhaça”.
II. Nos dois últimos parágrafos, há recorrência de períodos fragmentados em que faltam as orações principais.
III. Devido à estrutura da frase “Que mostrassem como é possível se vestir bem gastando pouco, sem se importar com marcas”, o segundo período ficaria melhor se fosse assim: “sem se importassem com marcas”.

Está correto o que se afirma apenas em

A) ( ) I.      B) ( ) I e II.      C) ( ) II.        D) ( ) II e III.        E) ( ) III.

    Textos para as questões 65 a 70     (ITA-2011)

    Véspera de um dos muitos feriados em 2009 e a insana tarefa de mover-se de um bairro a outro em São Paulo para uma reunião de trabalho. Claro que a cidade já tinha travado no meio da tarde. De táxi, pagaria uma fortuna para ficar parada e chegar atrasada, pois até as vias alternativas que os taxistas conhecem estavam entupidas. De ônibus, nem o corredor funcionaria, tomado pela fila dos mastodônticos veículos.           Uma dádiva: eu não estava de carro. Com as pernas livres dos pedais do automóvel e um sapato baixo, nada como viver a liberdade de andar a pé. Carro já foi sinônimo de liberdade, mas não contava com o congestionamento.
    Liberdade de verdade é trafegar entre os carros, e mesmo sem apostar corrida, observar que o automóvel na rua anda à mesma velocidade média que você na calçada. É quase como flanar. Sei, como motorista, que o mais irritante do trânsito é quando o pedestre naturalmente te ultrapassa. Enquanto você, no carro, gasta dinheiro para encher o ar de poluentes, esquentar o planeta e chegar atrasado às reuniões. E ainda há quem pegue congestionamento para andar de esteira na academia de ginástica.
      Do Itaim ao Jardim Paulista, meia horinha de caminhada. Deu para ver que a Avenida Nove de Julho está cheia de mudas crescidas de pau-brasil. E mais uma porção de cenas que só andando a pé se pode observar. Até chegar ao compromisso pontualmente.
      Claro que há pedras no meio do caminho dos pedestres, e muitas. Já foram inclusive objeto de teses acadêmicas. Uma delas, Andar a pé: um modo de transporte para a cidade de São Paulo, de Maria Ermelina Brosch Malatesta, sustenta que, apesar de ser a saída mais utilizada pela população nas atuais condições de esgotamento dos sistemas de mobilidade, o modo de transporte a pé é tratado de forma inadequada pelos responsáveis por administrar e planejar o município.
      As maiores reclamações de quem usa o mais simples e barato meio de locomoção são os "obstáculos" que aparecem pelo caminho: bancas de camelôs, bancas de jornal, lixeira, postes. Além das calçadas estreitas, com buracos, degraus, desníveis. E o estacionamento de veículos nas calçadas, mais a entrada e a saída em guias rebaixadas, aponta o estudo.
      Sem falar nas estatísticas: atropelamentos correspondem a 14% dos acidentes de trânsito. Se o acidente envolve vítimas fatais, o percentual sobe para nada menos que 50% –o que atesta a falta de investimento público no transporte a pé.
    Na Região Metropolitana de São Paulo, as viagens a pé, com extensão mínima de 500 metros, correspondem a 34% do total de viagens. Percentual parecido com o de Londres, de 33%. Somadas aos 32% das viagens realizadas por transporte coletivo,que são iniciadas e concluídas por uma viagem a pé, perfazem o total de 66% das viagens! Um número bem desproporcional ao espaço destinado aos pedestres e ao investimento público destinado a eles, especialmente em uma cidade como São Paulo, onde o transporte individual motorizado tem a primazia.
      A locomoção a pé acontece tanto nos locais de maior densidade –caso da área central, com registro de dois milhões de viagens a pé por dia –, como nas regiões mais distantes, onde são maiores as deficiências de transporte motorizado e o perfil de renda é menor. A maior parte das pessoas que andam a pé tem poder aquisitivo mais baixo. Elas buscam alternativas para enfrentar a condução cara, desconfortável ou lotada, o ponto de ônibus ou estação distantes, a demora para a condução passar e a viagem demorada.
    Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jardins, por exemplo, é fácil ver carrões que saem das garagens para ir de uma esquina a outra e disputar improváveis vagas de estacionamento. A ideia é manter-se fechado em shoppings, boutiques, clubes, academias de ginástica, escolas, escritórios, porque o ambiente lá fora – o nosso meio ambiente urbano – dizem que é muito perigoso.
(Amália Safatle. http://terramagazine.terra.com.br, 15/07/2009. Adaptado.


65) De acordo com o texto, pode-se afirmar que

A) ( ) em São Paulo, os acidentes fatais de trânsito são decorrentes da má administração pública.
B) ( ) Londres é uma das cidades consideradas exemplo de gestão política no transporte individual.
C) ( ) em bairros carentes, o transporte coletivo é pior, embora em São Paulo tenha prioridade administrativa.
D) ( ) todos os usuários de transporte motorizado em São Paulo são também praticantes de transporte a pé.
E) ( ) moradores de bairros periféricos de São Paulo necessitam de maior investimento em transporte público.

66) Do relato da experiência da autora na véspera de feriado, NÃO se pode depreender que

A) ( ) os congestionamentos são inevitáveis.
B) ( ) o trânsito dificulta o cumprimento de horários.
C) ( ) é preferível andar a pé a andar de carro.
D) ( ) o uso do táxi é tão ineficiente quanto do ônibus.
E) ( ) o problema do trânsito decorre exclusivamente do transporte individual motorizado.

67) Sob o ponto de vista da autora, pode-se inferir que as políticas públicas para o transporte urbano em São Paulo são

A) ( ) imperceptíveis.     B) ( ) inexistentes.      C) ( ) inoperantes.
D) ( ) ineficientes.                        E) ( ) iniciantes.

68) Do título do texto, Meio ambiente urbano: o barato de andar a pé, NÃO se pode depreender que andar a pé é mais

I. prazeroso.
II. econômico.
III. divertido.
IV. frequente.

Estão corretas:

A) ( ) apenas I e II.        B) ( ) apenas I, II e III.         C) ( ) apenas I, III e IV.
D) ( ) apenas II e IV.                 E) ( ) apenas II, III e IV.

69) Assinale a opção em que o termo grifado NÃO indica a circunstância mencionada entre parênteses.

A) ( ) [...] pois até as vias alternativas que os taxistas conhecem estavam entupidas. (Causa) (linhas 3 e 4)
B) ( ) Já foram inclusive objeto de teses acadêmicas. (Tempo) (linhas 15 e 16)
C) ( ) [...] apesar de ser a saída mais utilizada pela população [...]. (Concessão) (linha 17)
D) ( ) Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jardins, por exemplo, [...]. (Tempo) (linha 38)
E) ( ) [...] porque o ambiente lá fora – o nosso meio ambiente urbano – dizem que é muito perigoso. (Causa) (linhas 40 e 41).

70) A palavra QUE remete a um antecedente em:

A) ( ) Claro que a cidade já tinha travado no meio da tarde. (linha 2)
B) ( ) Sei, como motorista, que o mais irritante do trânsito é quando o pedestre naturalmente te ultrapassa. (linhas 8 e 9)
C) ( ) E mais uma porção de cenas que só andando a pé se pode observar. (linhas 13 e 14)
D) ( ) Claro que há pedras no meio do caminho dos pedestres, e muitas. (linha 15)
E) ( ) [...] o percentual sobe para nada menos que 50%. (linha 2)

Gabarito:

1) A    2) C   3) B    4) A    5) C   6) C   7) E    8) A    9) C    10) B    11) B    12) C   13) B    14) C
15) A   16) A   17) E    18) E    19) D    20) C   21) A   22) B    23) D    24) D   25) E   26) A   
27) D    28) C   29) C   30) E   31) C   32) E   33) E    34) E   35) C  36) E   37) E   38) E   39) E
40) B   41) C   42) C   43) D   44) C   45) E   46) B   47) E   48) C   49) E    50) D   51) D   52) B
53) A    54) B    55) A    56) E   57) E   58) A    59) C    60) E    61) B    62) C   63) A    64) B
65) E     66) E    67) D     68) B     69) D    70) C

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