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9 de janeiro de 2015

Uma prova de concurso da banca Cesgranrio - banca do concurso BB





LÍNGUA PORTUGUESA


Texto I

A REDESCOBERTA DO BRASIL


Na segunda metade do século XVI, quando o rei D. Manoel, o capitão-mor Pedro Álvares Cabral e o escrivão Pero Vaz de Caminha já estavam mortos havia mais de duas décadas, começaria a surgir em Lisboa a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso. Tal teoria foi obra dos cronistas e historiadores oficiais da corte. [...]
Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais, os cronistas reais descreveram o descobrimento do Brasil com base na chamada Relação do Piloto Anônimo. A questão intrigante é que em nenhum momento o “piloto anônimo” faz menção à tempestade que, segundo os cronistas reais, teria feito Cabral “desviar-se” de sua rota. Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte para os textos redigidos pelos cronistas oficiais do reino, esse documento também não se refere a tormenta alguma. Pelo contrário: mesmo quando narra o desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde, ocorrido duas semanas depois da partida de Lisboa, Caminha afirma categoricamente que esse navio sumiu “sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser”.
Na verdade, a leitura atenta da carta de Caminha e da Relação do Piloto Anônimo parece revelar que tudo na viagem de Cabral decorreu na mais absoluta normalidade e que a abertura de seu rumo para oeste foi proposital. De fato, é difícil supor que a frota pudesse ter-se desviado “por acaso” de sua rota quando se sabe – a partir das medições astronômicas feitas por Mestre João – que os pilotos de Cabral julgavam estar ainda mais a oeste do que de fato estavam. [...]

Reescrevendo a História

Mais de 300 anos seriam necessários até que alguns dos episódios que cercavam o descobrimento do Brasil pudessem começar a ser, eles próprios, redescobertos. O primeiro passo foi o ressurgimento da carta escrita por Pero Vaz de Caminha – que por quase três séculos estivera perdida em arquivos empoeirados. [...] O documento foi publicado pela primeira vez em 1817, pelo padre Aires do Casal, no livro Corografia Brazílica. Ainda assim, a versão lançada por Aires do Casal era deficiente e incompleta [...]. A “redescoberta” do Brasil teria que aguardar mais algumas décadas.
Não por coincidência, ela se iniciou no auge do Segundo Reinado. Foi nesse período cheio de glórias que o país, enriquecido pelo café, voltou os olhos para a própria história. Por determinação de D. Pedro II, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (fundado em 1838) foi incumbido de desvendar os mistérios que cercavam o descobrimento do Brasil. [...]
Ainda assim, a teoria da intencionalidade [...] e a tese da descoberta casual [...] não puderam, e talvez jamais possam, ser definitivamente comprovadas. Por mais profundas e detalhadas que sejam as análises feitas sobre os três únicos documentos originais relativos à viagem (as cartas de Pero Vaz de Caminha, do Mestre João e do “piloto anônimo”), elas não são suficientes para provar se o descobrimento de Cabral obedeceu a um plano preestabelecido ou se foi meramente casual.

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 127-130. Adaptado.

1
O surgimento da tese de que o Brasil foi descoberto acidentalmente teve como principal fonte documental, segundo o Texto I, a(o)

(A) investigação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
(B) carta de Pero Vaz de Caminha
(C) medição de Mestre João
(D) Relação do Piloto Anônimo
(E) livro Corografia Brazílica

Comentários:
Interpretação de texto

Vejamos o trecho do texto que mostra o porquê do gabarito dessa questão:

“Na segunda metade do século XVI, quando o rei D. Manoel, o capitão-mor Pedro Álvares Cabral e o escrivão Pero Vaz de Caminha já estavam mortos havia mais de duas décadas, começaria a surgir em Lisboa a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso. Tal teoria foi obra dos cronistas e historiadores oficiais da corte. [...]

Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais, os cronistas reais descreveram o descobrimento do Brasil com base na chamada Relação do Piloto Anônimo.”


2
Que trecho do Texto I revela uma tendência em favor da tese da intencionalidade?

(A) “De fato, é difícil supor que a frota pudesse ter-se desviado ‘por acaso’ de sua rota quando se sabe – a partir das medições astronômicas feitas por Mestre João – que os pilotos de Cabral julgavam estar ainda mais a oeste do que de fato estavam.” (3º §)
(B) “Mais de 300 anos seriam necessários até que alguns dos episódios que cercavam o descobrimento do Brasil pudessem começar a ser, eles próprios, redescobertos” (4º §)
(C) “O primeiro passo foi o ressurgimento da carta escrita por Pero Vaz de Caminha – que por quase três séculos estivera perdida em arquivos empoeirados.” (4º §)
(D) “A ‘redescoberta’ do Brasil teria que aguardar mais algumas décadas.” (4º §)
(E) “Foi nesse período cheio de glórias que o país, enriquecido pelo café, voltou os olhos para a própria história.” (5º §)

Comentários:
Interpretação de texto

O que seria a tese da intencionalidade? Após a leitura de todo o texto, podemos ver são duas as teorias: em uma defende-se que o Brasil foi descoberto por acaso, em outra, o descobrimento teria sido intencional. Essa última seria a teoria da intencionalidade.

Entre as opções apresentadas, a alternativa (A) é a que revela uma tendência em favor da tese da intencionalidade.


3
O verbo destacado em “tudo na viagem de Cabral decorreu [...]” (3º §) pode ser substituído, sem alteração de sentido, por

(A) dispensou
(B) incorreu
(C) ultrapassou
(D) se eximiu
(E) se passou

Comentários:
Vejamos um trecho maior do texto onde há o verbo em destaque:

“Na verdade, a leitura atenta da carta de Caminha e da Relação do Piloto Anônimo parece revelar que tudo na viagem de Cabral decorreu na mais absoluta normalidade e que a abertura de seu rumo para oeste foi proposital.”

O sentido do verbo DECORRER, no dicionário, é o seguinte:

decorrer |ê|
(latim decurro, -eredescer a correr, ir, percorrer)
v. intr.
1. Passar (o tempo).
2. Suceder, acontecer.
3. Ter origem em. = DERIVAR, PROCEDER, PROVIR

No texto, o verbo DECORRER tem o sentido de passaracontecer. A alternativa (E) é a opção correta.

Vejamos o sentido dos verbos DISPENSAR, INCORRER, ULTRAPASSAR E EXIMIR apresentados nas demais alternativas:

dispensar
v. tr.
1. Conceder dispensa a; isentar; prescindir de; distribuir.
v. pron.
2. Não se julgar obrigado a.

incorrer |ê| 
v. intr.
1. Ficar sujeito ou implicado.
2. Cair.
3. Atrair, chamar sobre si.

ultrapassar
v. tr.
1. Passar além de. = TRANSPOR
2. Exceder o limite de.

eximir |z|
(latim eximo, -ere, pôr à parte, tirar, livrar de, eximir)
v. tr. e pron.
1. Isentar(-se); desobrigar(-se); dispensar(-se).
v. pron.
2. Esquivar-se; escusar-se.

Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - http://www.priberam.pt/


4
A palavra próprios, na expressão “eles próprios,” (4º §) apresenta o mesmo sentido em:

(A) Ele navegou em nave própria.
(B) Chegaram em hora própria para o almoço.
(C) O orgulho das descobertas é próprio de quem as faz.
(D) O livro próprio para encontrar sinônimos é o dicionário.
(E) Foi o próprio historiador que comprovou a tese.

Comentário:
Semântica: sentidos da palavra próprio

Vamos considerar o verbete extraído do dicionário:

próprio
(latim proprius, -a, -um)
adj.
1. Que pertence exclusivamente a alguém.
2. Em pessoa, à pessoa de.
3. Textual.
4. Exactamente semelhante.
5. Mais adequado; apropriado, conveniente.
6. Certo, pontual.
7. [Gramática]  Diz-se de substantivo que um indivíduo ou uma entidade única e específica, não designado designa um elemento de uma classe ou categoria, por oposição a comum.
8. [Gramática]  Primitivo e natural, não figurado nem translato (ex.: sentido próprio).
s. m.
9. Qualidade peculiar, carácter próprio, sinal característico.
10. Mensageiro expresso.
11. [Religião]  Diz-se de certos ofícios religiosos.
a mim próprio: à minha pessoa; a ti próprio, à tua pessoa; a si próprio, à sua pessoa, etc.
à própria: propriamente; à justa.
mais à própria: para melhor dizer.
próprios nacionais: tudo o que é propriedade do Estado.

No texto, a palavra PRÓPRIO é empregado no sentido 2 apresentado no verbete do dicionário: próprio = em pessoa.

Podemos dizer também que, nesse caso, a palavra PRÓPRIO pode ser substituída por MESMO.

Vejamos, agora, o sentido da palavra PRÓPRIO em cada alternativa, considerando o verbete extraído do dicionário:

(A) Ele navegou em nave própria.

PRÓPRIO = que pertence exclusivamente a alguém: sentido 1


(B) Chegaram em hora própria para o almoço.

PRÓPRIO = mais adequado, apropriado, conveniente: sentido 5


(C) O orgulho das descobertas é próprio de quem as faz.

PRÓPRIO = qualidade peculiar, caráter próprio, sinal característico:sentido 9


(D) O livro próprio para encontrar sinônimos é o dicionário.

PRÓPRIO = certo, pontual: sentido 6


(E) Foi o próprio historiador que comprovou a tese.

PRÓPRIO = em pessoa: sentido 2

Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - http://www.priberam.pt/


5
As orações que substituem “Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais” (2º §), de acordo com a norma-padrão e sem alterar o sentido do trecho, são:

(A) Caso narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais.
(B) Quando narravam fatos ocorridos havia apenas meio século e tiveram acesso aos arquivos oficiais.
(C) Se narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais.
(D) Apesar de terem narrado fatos ocorridos havia apenas meio século e terem tido acesso aos arquivos oficiais.
(E) Mas tendo narrado fatos ocorridos havia apenas meio século e tendo tido acesso aos arquivos oficiais.

Comentários:
É preciso saber, aqui, o valor semântico da conjunção EMBORA: ela estabelece um sentido concessivo.

Nas alternativas, temos diferentes conectivos iniciando o período. Vejamos o valor semântico de cada um:

(A) Caso narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais.

Conectivo CASO: estabelece o valor de condição.

(B) Quando narravam fatos ocorridos havia apenas meio século e tiveram acesso aos arquivos oficiais.

Conectivo QUANDO: estabelece o valor de tempo.

(C) Se narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais.

Conectivo SE: estabelece o valor de condição.

(D) Apesar de terem narrado fatos ocorridos havia apenas meio século e terem tido acesso aos arquivos oficiais.

Conectivo APESAR DE: estabelece o valor de concessão.

(E) Mas tendo narrado fatos ocorridos havia apenas meio século e tendo tido acesso aos arquivos oficiais.

Conectivo MAS: estabelece o valor de adversidade.


Observação: alguns conectivos, como EMBORA e APESAR DE, por exemplo, sempre estabelecerão sentido concessivo, mas é preciso entender que nem todo conectivo estabelece o mesmo valor semântico em qualquer contexto


6
No trecho “Caminha afirma categoricamente que esse navio sumiu ‘sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser’ ”(2º §), infere-se que a expressão poder ser se refere ao fato de que

(A) as tormentas são comuns naquela região do Atlântico.
(B) a partida de Lisboa tinha acontecido apenas duas semanas antes.
(C) o sumiço da nau de Ataíde não foi causado pelas condições climáticas.
(D) o documento de Caminha foi redigido por um cronista contratado pela corte.
(E) o desaparecimento da nau de Ataíde não foi comprovado.

Comentários:
Vejamos todo o parágrafo de onde foi retirado o trecho dessa questão:

Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais, os cronistas reais descreveram o descobrimento do Brasil com base na chamada Relação do Piloto Anônimo. A questão intrigante é que em nenhum momento o “piloto anônimo” faz menção à tempestade que, segundo os cronistas reais, teria feito Cabral “desviar-se” de sua rota. Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte para os textos redigidos pelos cronistas oficiais do reino, esse documento também não se refere a tormenta alguma. Pelo contrário: mesmo quando narra o desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde, ocorrido duas semanas depois da partida de Lisboa, Caminha afirma categoricamente que esse navio sumiu “sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser”.

A expressão “sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser” significa falta de condições climáticas (tempo forte ou contrário) para que ocorresse o desaparecimento da nau.


7
O verbo em negrito é o verbo principal da expressão na voz passiva em “O documento foi publicado pela primeira vez em 1817...” (4º §). Integra igualmente uma expressão da voz passiva o item destacado em:

(A) “Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século [...]” (2º §)
(B) “Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte [...]” (2º §)
(C) “[...] por quase três séculos estivera perdida [...]” (4º §)
(D) “[...] não puderam [...] ser definitivamente comprovadas (6º §)
(E) “Por mais profundas e detalhadas que sejam [...]” (6º §)

Comentário:
A voz passiva pode ser feita de duas maneiras:

Voz passiva analítica: sujeito (não pratica a ação do verbo) + verbo auxiliar + verbo principal no particípio + agente da passiva (opcional – o que pratica a ação do verbo)

ExemploEle foi amarrado pelo sequestrador.

Ele = sujeito (“recebe” a ação de AMARRAR)
foi = verbo auxiliar
amarrado = verbo principal – particípio do verbo AMARRAR
pelo seqüestrador = agente da passiva (“pratica” a ação de AMARRAR)

Voz passiva sintética: verbo principal flexionado + partícula SE + sujeito (não pratica a ação do verbo).

ExemploAmarrou-se a vítima.

Amarrou = verbo principal
se = partícula apassivadora (indica que se trata de voz passiva sintética)
a vítima = sujeito (“recebe” a ação de AMARRAR)

Transformando a passiva analítica em sintética e vice-versa:

Ele foi amarrado pelo sequestrador.
Amarrou-se ele.

Amarrou-se a vítima.
A vítima foi amarrada.


Passemos para a questão da prova:

Frase do enunciado:

O documento foi publicado pela primeira vez em 1817

O documento = sujeito (não pratica a ação de PUBLICAR – voz passiva)
foi = verbo auxiliar.
publicado = verbo principal – particípio do verbo PUBLICAR.

Temos uma estrutura de voz passiva analítica.


Vejamos, agora, cada alternativa:

(A) “Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século [...]” (2º §)

Não temos uma locução verbal formada por verbo auxiliar + verbo principal.


(B) “Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte [...]” (2º §)

O sujeito é “a carta de Caminha”. Veja que o sujeito pratica a ação do verbo SERVIR: ela serve de fonte.

Se o sujeito pratica a ação do verbo principal, não temos voz passiva.


(C) “[...] por quase três séculos estivera perdida [...]” (4º §)

O sujeito oculto ELA é o que esteve perdido. Não se trata de voz passiva.

(D) “[...] não puderam [...] ser definitivamente comprovadas (6º §)

Vejamos a frase inteira:

Ainda assim, a teoria da intencionalidade [...] e a tese da descoberta casual [...] não puderam, e talvez jamais possam, ser definitivamente comprovadas.

Veja que temos uma locução verbal “ser comprovadas”.

O sujeito é “a teoria da intencionalidade e a tese da descoberta causal” e não pratica a ação de COMPROVAR.

Temos a seguinte estrutura de voz passiva:

Verbo SER (AUXILIAR) + verbo principal (particípio do verbo COMPROVAR).


(E) “Por mais profundas e detalhadas que sejam [...]” (6º §)

Não temos uma locução verbal nessa alternativa. O particípio DETALHADAS é uma estrutura com função de adjetival.


8
Sem prejuízo do sentido original apresentado no Texto I, a forma verbal que pode ser substituída pela locução ao lado é:

(A) fora descoberto (1º §) - tinha sido descoberto
(B) descreveram (2º §) - tenham descrito
(C) estivera perdida (4º §) - tem estado perdida
(D) teria que aguardar (4º §) - tivera que aguardar
(E) foi incumbido (5º §) - fora incumbido

Comentário:
Veja no link a seguir nossa aula sobre tempos verbais compostos.

É importante saber que os tempos verbais podem ser simples (um verbo apenas flexionado) ou composto (dois verbos: um auxiliar TER/HAVER e outro principal no particípio)

Exemplo:

Verbo ESTUDAR

Eu estudarei (verbo flexionado na 1ª pessoa do singular do futuro do presente do indicativo – tempo verbal simples)

Eu terei estudado (verbo flexionado na 1ª pessoa do singular do futuro do presente do indicativo – tempo verbal composto)


Nessa questão, é preciso comparar os tempos verbais apresentados em cada alternativa e marcar aquela que apresenta dois tempos verbais idênticos, independente de ser um tempo simples ou composto.

Vejamos cada alternativa:

(A) fora descoberto (1º §) - tinha sido descoberto

Fora = verbo SER flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito mais que perfeito do indicativo – tempo verbal simples.

Tinha sido = verbo SER flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito mais que perfeito do indicativo – tempo verbal composto.

Veja que a diferença entre FORA e TINHA SIDO é o fato de o primeiro ser um tempo verbal simples e o segundo ser um tempo verbal composto.


(B) descreveram (2º §) - tenham descrito

Descreveram = verbo DESCREVER flexionado na 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo – tempo verbal simples.

Tenham descrito = verbo DESCREVER flexionado na 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do subjuntivo – tempo verbal composto.


(C) estivera perdida (4º §) - tem estado perdida

Estivera = verbo ESTAR flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito mais que perfeito do indicativo – tempo verbal simples.

Tem estado = verbo ESTAR flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo – tempo verbal composto.


(D) teria que aguardar (4º §) - tivera que aguardar

Teria = verbo TER flexionado na 3ª pessoa do singular do futuro do pretérito do indicativo – tempo verbal simples.

Tivera = verbo TER flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo – tempo verbal simples.


(E) foi incumbido (5º §) - fora incumbido

Foi = verbo SER flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo – tempo verbal simples.

Fora = verbo SER flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito mais que perfeito o indicativo – tempo verbal simples.


9
A sentença em que o verbo está corretamente flexionado de acordo com a norma-padrão, sem provocar contradição de significado, é:

(A) O acaso ou a intencionalidade foi a causa da descoberta do Brasil.
(B) Haviam 60% de possibilidades de o Brasil ter sido descoberto por acaso.
(C) Eu e vocês acreditam na descoberta casual do nosso país.
(D) Não gastava a corte tempo com as preocupações que ocupava os historiadores.
(E) Devem haver mais evidências para a tese de descoberta casual do Brasil.

Comentário:
Questão de concordância verbal. Vejamos cada alternativa.

(A) O acaso ou a intencionalidade foi a causa da descoberta do Brasil.

Sujeito com dois núcleos ligados pela conjunção OU: nesse caso, o verbo pode ficar no singular ou no plural.


(B) Haviam 60% de possibilidades de o Brasil ter sido descoberto por acaso.

Verbo HAVER com sentido de existir não tem plural.


(C) Eu e vocês acreditam na descoberta casual do nosso país.

Quando o sujeito é formado por diferentes pessoais gramaticais, o verbo deve ser flexionado no plural e na pessoa que tem predominância.

A 1ª pessoa é predominante: eu e vocês acreditamos...


(D) Não gastava a corte tempo com as preocupações que ocupava os historiadores.

É importante identificar o sujeito de cada verbo.

Sujeito do verbo OCUPAVA = as preocupações.

O verbo deve concordar com seu sujeito: As preocupações que ocupavam os historiadores.


(E) Devem haver mais evidências para a tese de descoberta casual do Brasil.

Verbo HAVER com sentido de existir não tem plural.

Quando o verbo HAVER com sentido de existir é verbo principal de uma locução, o verbo auxiliar dessa locução também não tem plural: deve haver mais evidências...

Veja mais sobre concordância verbal aqui

10
A palavra do Texto I destacada em “[...] faz menção à tempestade que, segundo os cronistas reais, [...]” (2º §) pertence à mesma classe da que se destaca em:

(A) “[... ] a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso” (1º §).
(B) “A questão intrigante é que em nenhum momento [...]” (2º §)
(C) “[... ] parece revelar que tudo [...]” (3º §)
(D) “– que por quase três séculos [...]” (4º §)
(E) “A ‘redescoberta’ do Brasil teria que aguardar [...]”(4º §)

Comentário:
Questão sobre funções do “que”.

Vejamos a função do QUE presente no enunciado:

“[...] faz menção à tempestade que, segundo os cronistas reais, [...]” (2º §)

Pronome relativo: refere-se a um termo anterior (tempestade).


Vejamos, agora, cada alternativa:

(A) “[... ] a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso” (1º §).

Conjunção integrante: introduz uma oração subordinada substantiva – “de que o Brasil fora descoberto por acaso” é uma oração subordinada substantiva que completa o sentido do nome “tese”.


(B) “A questão intrigante é que em nenhum momento [...]” (2º §)

Partícula de realce: é que.


(C) “[... ] parece revelar que tudo [...]” (3º §)

Conjunção integrante: introduz uma oração subordinada substantiva – “que tudo na viagem de Cabral decorreu na mais absoluta normalidade” é uma oração subordinada substantiva.


(D) “– que por quase três séculos [...]” (4º §)

Pronome relativo: refere-se a um termo anterior (carta escrita por Pero Vaz de Caminha).


(E) “A ‘redescoberta’ do Brasil teria que aguardar [...]”(4º §)

Preposição: quando o “que” acompanha o verbo “ter” ou o verbo “haver” e substitui a preposição “de” – teria de aguardar.



Texto II

UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA

Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em “muita quantidade”, balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas “que nascem pelos penedos do mar”. Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.
Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: “Terra à vista!”
Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que, havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama também avistara? De fato, em 22 de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano Atlântico, um dos tripulantes empunhou a pena para anotar em seuDiário: “Achamos muitas aves feitas como garções – e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas, como aves que iam para terra.”

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8


11
Que percepções sensoriais predominam no Texto II?

(A) Audição e olfato
(B) Audição e visão
(C) Paladar e visão
(D) Tato e visão
(E) Tato e olfato

Comentários:
Vejamos alguns trechos do texto:

“águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte..”

“Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano...”

“quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus.”

“As aves da anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas...”

Esses trechos mostram eventos ligados à visão e à audição.


12
Na sentença “Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, [...]” (1º §), o pronome elas refere-se a

(A) águas
(B) cores
(C) algas
(D) ondulações
(E) naves

Comentários:
Em uma questão como essa, é preciso ler o trecho apresentado dentro do texto.

Vejamos:

“Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em “muita quantidade”, balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota imponente.”

O pronome “elas” refere-se aos botelhos – “as grandes algas que dançavam nas ondulações”.


13
No Texto II, a palavra (ou expressão) que completa sintaticamente o verboavistara no período “Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que havia menos de três anos ao navegar por águas destas latitudes o grande Vasco da Gama também avistara?” (3º §) é

(A) que
(B) águas
(C) as mesmas
(D) aquelas aves
(E) destas latitudes

Comentários:
Vamos entender a frase

“Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que havia menos de três anos ao navegar por águas destas latitudes o grande Vasco da Gama também avistara?”

Simplificando a questão: Aquelas aves não seriam as mesmas que o grande Vasco da Gama também avistara?

Temos um pronome relativo que faz referência a um termo anterior: as mesmas que – o “que” faz referência ao termo “as mesmas” e esse termo refere-se a “aquelas aves”.

Como um pronome relativo, o “que” exerce uma função sintática relacionado ao verbo da oração que ele introduz. Essa oração é a seguinte:

“..que o grande Vasco da Gama também avistara.”

A expressão “o grande Vasco da Gama” é o sujeito.

O grande Vasco da Gama avistara o quê? Resposta: aquelas aves.

Como o “que” substitui o termo “as mesmas” que se refere a “aquelas aves”, então o “que” exerce a função de complemento (objeto direto) do verbo “avistara”.


14
A sentença em que o verbo alimentar tem o mesmo sentido que apresenta no Texto II (1º §) é:

(A) Os fazendeiros alimentam os animais com uma ração especial.
(B) Todos os médicos garantem que é importante que a criança se alimente bem.
(C) Novas vacinas alimentam a esperança de que mais doenças sejam erradicadas no mundo.
(D) A secretária alimentou a base de dados da firma com as informações sobre os funcionários novos.
(E) Pesquisadores americanos estão utilizando o conceito de transmissão sem fios de energia elétrica para alimentar dispositivos cardíacos.

Comentários:
Vejamos a frase com o verbo alimentar do texto:

“Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas.”

Na frase acima, o verbo ALIMENTAR foi usado num sentido figurado. Não se trata de alimentar no sentido de dar alimento ou de ingerir alimento, mas alimentar no sentido de estimular.


Vejamos o sentido do verbo ALIMENTAR em cada alternativa:

(A) Os fazendeiros alimentam os animais com uma ração especial.

Dar alimento


(B) Todos os médicos garantem que é importante que a criança se alimente bem.

Ingerir alimento


(C) Novas vacinas alimentam a esperança de que mais doenças sejam erradicadas no mundo.

estimular


(D) A secretária alimentou a base de dados da firma com as informações sobre os funcionários novos.

Colocar conteúdo.


(E) Pesquisadores americanos estão utilizando o conceito de transmissão sem fios de energia elétrica para alimentar dispositivos cardíacos.

Encher de energia.


15
O verbo em destaque, retirado do Texto II, tem seu complemento verbal explicitado em:

(A) surgiram - em “muita quantidade” (1º §)
(B) refletia - as cores do entardecer (1º §)
(C) reconheceram - de imediato (1º §)
(D) sumissem - no horizonte (1º §)
(E) restassem - dúvidas (2º §)

Comentários:
Vejamos cada verbo dentro do contexto:

(A) surgiram - em “muita quantidade” (1º §)

“Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em ‘muita quantidade’”

elas = sujeito
surgiram = verbo intransitivo
se repente e muita quantidade = adjuntos adverbiais – como e quanto surgiram.


(B) refletia - as cores do entardecer (1º §)

“elas surgiram de repente, em “muita quantidade”, balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer.”

que (referente a “um mar”) = sujeito
refletia = verbo transitivo direto (pede complemento = objeto direto)

Refletia o quê?  Resposta: as cores do entardecer.

as cores do entardecer = complemento do verbo – objeto direto


(C) reconheceram - de imediato (1º §)

“Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte:”

Os marujos = sujeito
reconheceram = verbo transitivo direto (pede complemento = objeto direto)

Reconheceram o quê? Resposta: as grandes algas - botelhos

as = pronome pessoal oblíquo que faz referência às grandes algas –botelhos.

de imediato = adjunto adverbial – como reconheceram


(D) sumissem - no horizonte (1º §)

“Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte:”

Sujeito oculto (as algas)

sumissem = verbo intransitivo

no horizonte = adjunto adverbial – lugar que sumiu.


(E) restassem - dúvidas (2º §)

“Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte,”

dúvidas = sujeito (está posposto ao verbo)

restassem = verbo intransitivo

Observação: não confundir o sujeito posposto com um objeto direto. Veja que o verbo precisa de um sujeito, pois não se trata de um verbo impessoal.


16
O sinal de dois pontos (:) está sendo empregado como em “... rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas ‘que nascem pelos penedos do mar’ ” (1º §) em:

(A) Os navios mais usados nas expedições marítimas eram as naus: uma evolução das caravelas que chegaram a ter 600 toneladas.
(B) Ao avistar o Monte Pascoal, Cabral não ficou surpreso: desde o século IX falava-se de ilhas desconhecidas no Atlântico.
(C) A armada de Cabral era composta de diversos navios: o rei queria mostrar a riqueza da corte.
(D) Pedro Álvares Cabral foi muito bem remunerado pela viagem: sabe-se que ele recebeu cerca de 10 mil cruzados.
(E) Um ditado da época do descobrimento do Brasil dizia: “Se queres aprender a orar, faça-te ao mar”.

Comentários:
Na frase apresentada no enunciado, os dois pontos estão sendo empregados para marcar que em seguida teremos um aposto, isto é, uma expressão que caracteriza/explica um termo anterior.

No enunciado, temos uma explicação para o termo “rabos-de-asno”.

Na alternativa (A), temos uma explicação para o termo “naus”.


17
O sinal indicativo da crase está empregado de acordo com a norma-padrão em:

(A) Depois de aportar no Brasil, Cabral retomou à viagem ao Oriente.
(B) O capitão e sua frota obedeceram às ordens do rei de Portugal.
(C) O ponto de partida da frota ficava no rio Tejo à alguns metros do mar.
(D) O capitão planejou sua rota à partir da medição de marinheiros experientes.
(E) Navegantes anteriores a Cabral haviam feito menção à terras a oeste do Atlântico.

Comentários:
Crase é a junção de duas vogais “a” – a primeira vogal deve ser uma preposição exigida por um verbo ou por um nome, a segunda vogal deve ser um artigo feminino ou a primeira vogal de um pronome como “aquele”, “a qual” etc.

Exemplo:

Eu vou à praia.

O verbo IR exige a preposição A: quem vai, vai a algum lugar.

O substantivo PRAIA vem antecedido de um artigo feminino – A PRAIA.

Teríamos, assim: Eu vou a + a praia.

A junção das duas vogais A resultam em crase. Para marcar isso, usamos um acento grave para indicar que houve crase: À

Eu vou à praia.




Vejamos cada alternativa

(A) Depois de aportar no Brasil, Cabral retomou à viagem ao Oriente.

Cabral retomou a viagem – quem retoma, retoma algo.

O verbo RETOMAR não exige a preposição A.


(B) O capitão e sua frota obedeceram às ordens do rei de Portugal.

Quem obedece, obedece a alguma coisa.

O verbo OBEDECER exige a preposição A.

obedeceram a + as ordens do rei de Portugal = obedeceram às ordens.


(C) O ponto de partida da frota ficava no rio Tejo à alguns metros do mar.

Não se usa crase antes da palavra “alguns”.


(D) O capitão planejou sua rota à partir da medição de marinheiros experientes.

A expressão “a partir” não tem crase.


(E) Navegantes anteriores a Cabral haviam feito menção à terras a oeste do Atlântico.

Se temos A no singular seguido de um nome no plural, então podemos concluir que esse A é uma preposição apenas.

Para que ocorra a crase, deve haver a preposição A mais um artigo feminino A/AS ou um pronome como AQUELE, A QUAL etc.

Não temos o artigo feminino para que se forme crase – veja que se o nome está no plural, o artigo deve ser AS.



18
O verbo acabar apresenta-se com a mesma regência com que aparece [no início do 2º parágrafo] do Texto II em:

(A) O cantor mostrou muito talento e acabou aplaudido entusiasticamente.
(B) As fortes chuvas acabaram com as plantações de grãos.
(C) Eles acabaram de saber que foram aprovados no concurso.
(D) Acabou por reconhecer que o adversário era superior.
(E) A comemoração dos formandos acabou de madrugada.

Comentários:
Vejamos a frase do início do 2º parágrafo do texto II:

“Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus.”


O verbo ACABAR é intransitivo:

elas (sujeito)
acabariam (verbo intransitivo)
no alvorecer do dia seguinte (adjunto adverbial de tempo).


Entre as alternativas, a única que apresenta um adjunto adverbial é a alternativa (E):

(E) A comemoração dos formandos acabou de madrugada.

A comemoração dos formandos = sujeito
acabou = verbo intransitivo
de madrugada = adjunto adverbial de tempo


19
A palavra cujo plural se faz do mesmo modo que fura-buxos (2º §) e pelas mesmas razões é

(A) navio-escola
(B) surdo-mudo
(C) bolsa-família
(D) guarda-roupa
(E) auxílio-educação

Comentários:
Plural de nomes compostos

O substantivo FURA-BUXO é formado por um verbo + um substantivo. Nesse caso, o verbo sempre fica invariável e flexiona-se apenas o segundo elemento:

FURA-BUXO – FURA-BUXOS.


Vejamos cada alternativa:

(A) navio-escola

substantivo + substantivo (caso especial em que o segundo elemento determina, especifica o primeiro)

NAVIOS-ESCOLA


(B) surdo-mudo

Os dois elementos do adjetivo surdo-mudo devem ser flexionados. Trata-se de uma exceção à regra de plural dos adjetivos compostos que determina que apenas o último elemento deve ser flexionado.

SURDOS-MUDOS


(C) bolsa-família

substantivo + substantivo (caso especial em que o segundo elemento determina, especifica o primeiro)

BOLSAS-FAMÍLIA


(D) guarda-roupa
verbo + substantivo (nesse caso, apenas o substantivo deve ser flexionado)

GUARDA-ROUPAS


(E) auxílio-educação

substantivo + substantivo (caso especial em que o segundo elemento determina, especifica o primeiro)

AUXÍLIOS-EDUCAÇÃO


20
A transformação da oração “[...] e quando veio a noite [...]” (3º §) de afirmativa para hipótese faz com que o verbo destacado se escreva como

(A) vir
(B) vier
(C) vem
(D) vêm
(E) vim

Comentários:
O pretérito imperfeito do subjuntivo ou o futuro do subjuntivo podem ser entendidos como tempos verbais que indicam hipótese.

O pretérito imperfeito do subjuntivo é marcado pela conjunção “se”

Se eu viesse
Se ele visse
Se tu viesses
Se ele visse
Se nós viéssemos
Se vós viésseis
Se eles viessem

O futuro do subjuntivo é marcado pela preposição “quando” ou “se”

Quando/se eu vier
Quando/se tu vieres
Quando/se ele vier
Quando/se nós viermos
Quando/se vós vierdes
Quando/se eles vierem


Na frase oração apresentada no enunciado, podemos trocar o tempo do verbo para futuro do subjuntivo:

Quando vier a noite...


Temos, assim, a transformação de uma afirmação, com verbo no indicativo, para uma hipótese, com verbo no subjuntivo.

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