Tanto yin e yang e o mundo acabará cego
A polaridade não surgiu com a internet, é verdade. Jacobinos e girondinos, que culminaram na esquerda e na direita; aliados e eixo, EUA e URSS; e questões menos importantes como torcedores do Vasco versus torcedores do Flamengo ou mesmo fãs de rock versus fãs de funk. Do mesmo modo, não é de hoje que a intolerância faz parte da nossa sociedade, fruto da nossa – quase – incapacidade de lidar com as divergências.
Não é menos verdade que a intolerância já existente se acentuou com a virada do século e com o advento do World “Wild” Web. Tanto é que as brigas online, originadas por essa característica humana, receberam o nome de “treta” por seus adeptos. É como se isso tivesse virado um estilo de vida. Mais dia, menos dia, será patrimônio da humanidade. A finalidade? Embate de ideias pouco saudável, carregado de falta de tolerância e regado de excesso de egocentrismo.
É claro que nem sempre esses debates são realmente sérios, como os que envolvem questões sociais, a exemplo do caso recente que originou a #somostodosMaju, resposta ao racismo sofrido pela jornalista brasileira Maria Julia. O que é de se espantar é que haja embate numa situação de racismo explícito – ou mesmo velado.
Na grande maioria das vezes, e nós, usuários das redes sociais, sabemos bem disso, grandes guerras de Tróia são travadas por banalidades, pela necessidade de saber quem está certo. Esquecemo-nos, quase sempre, de que certo e errado são conceitos volúveis, que dependem do ponto de vista e que existem muitos pontos, incalculáveis. Não levá-los em conta é, no mínimo, perder a oportunidade de conhecer diferentes prismas. Precisamos nos despolarizar. #despolarizese
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